E A APOSENTADORIA, QUE TAL?

Alguns me perguntam de que modo a aposentadoria alterou minha vida. A resposta acompanha o meu natural entardecer existencial, visto que me aposentei em idade um pouco mais avançada, há mais de três anos. É difícil precisar se os fatos têm relação, mas, de qualquer forma, é questão sempre a considerar. Como gosto muito de ler, escrever, assistir a filmes pela TV (NET/NETFLIX), permaneço bem mais em casa, às vezes recebendo filhos e netos e no encargo diuturno com os três cãezinhos Poodle, que detestam quando eu saio. Como sabem, minha mulher trabalha fora, meu enteado está na Austrália e quando andava por aqui, dormia, comparecia à Faculdade e saia bastante, de modo que sempre desfrutei de meu espaço com tranqüilidade. Eventualmente, passamos dois ou três dias em Gramado e, também de quando em vez, viajamos para mais longe. Considero tudo isto um espetáculo. Sempre dirigi muito pouco em Porto Alegre e agora nem lembro quando foi a última vez que aqui dirigi meu carro: função da mulher. Só dirijo na estrada. No mais, é Uber ou táxi e não pretendo mudar. Consegui salão (barbeiro, corte de unhas), dentista, oculista, ótica e muito mais a uma ou duas quadras do meu prédio, de modo que nem ao centro costumo ir. Empregada antiga de confiança, tele-entregas de restaurantes, serviços de motobói, mercadinhos próximos, tudo, enfim, me facilita o dia a dia, que ficava mais complicado quando tinha obrigações de trabalho, deslocamentos e horários. Mas, era bom antes e é bom agora, só me sinto hoje um tanto mais livre, descompromissado. A Agência do Banrisul fica a duas quadras de casa, ainda que faça quase tudo pelo “Home Banking”. Durmo muito tarde e acordo mais tarde ainda. Tem quem não goste, fazer o quê?