Teorias do meu Eu...

Eu amo, amo as pessoas, e desejo com muito impeto o bem delas. Embora eu queira muito a companhia, o aconchego de um abraço, a ternura de um carinho, o sabor de um beijo, a realização de momentos felizes... É dentro do meu silencio e, longe da gritaria do mundo lá fora, que eu me sinto mais EU possível.

Eu preciso da solidão pois foi com ela que eu vivi por anos. Não havia na plateia dos meus devaneios, quem subisse ao palco do meu sofrer, e me abraçasse por alguns miseros segundos. Porque então cobram de mim aquilo o que nunca me deram?

Eu escalei limites, comi migalhas, bebi desprezos, tornei-me deserto, desmoronei infinitas vezes minh'alma. Por onde passei ouvi criticas de que eu era FRIO, mas jamais alguém se interessou em saber as tempestades pela quais passei ou, se quer me ofereceram um maldito cobertor!

Meu espírito foi sucateado mundo a fora, os jardins dos meus sentimentos foram pisoteados, flores de "bem querer" arrancadas e trituradas pela AVENTURA DE UM MOMENTO. Minh'alma foi sitiada pelo abandono, e nos ringues do destino, eu apanhei ferrozmente. Sucumbi, levantei-me... Cheguei aos pedaços, coração em ruinas, meu sorriso sitiado, tornou-se cinza em meio ao fogo de um "Talvez tudo passe".

Querem tanto de mim, julgam-me tanto por eu ser um tanto antissocial, por eu não sentar nas rodinhas de conversas capitalistas, por eu não ser o "PEGADOR DESAPEGADO", por eu não aceitar esse mundo mercantilista. Querem meu sorriso, minha devoção, querem meu encanto, minha admiração... Querem minha alma, querem o meu coração. Querem minha companhia, e em troca me entregam à Solidão... Não meus caros, não me cobrem flores e, tão pouco queiram meu paraíso, sem antes atravessarem e, entenderem meus desertos.

(Hámilson Carf)

Hámilson Carf
Enviado por Hámilson Carf em 21/05/2018
Código do texto: T6342498
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