Exemplos de minha Avó

Sempre me lembro de minha Avó quando era viva e dos seus exemplos para a vida.

Ela era filha de italianos que colonizaram o Brasil para trabalhar nas lavouras de café.

Uma das coisas que ela fazia e falava com veemência era de que as pessoas deviam trabalhar para ganhar o seu sustento, trabalhava de sol a sol, nos primeiros anos de vida na lavoura de café e de subsistência. Tinha orgulho de dizer que a Tulha vivia cheia, ela dizia "Tuia", com sacas de café, feijão, arroz e farinha, até o teto.

Com o passar dos anos, casou-se e como muitos outros imigrantes, deixou a roça para ir morar na cidade e criar os filhos num lugar em que eles pudessem estudar e ser alguém na vida, ser doutor.

Tinha sete filhos, quatro homens e três mulheres, sendo que a mais velha tornou-se minha mãe.

Minha Avó tinha um jeito peculiar de lidar com os pedintes que iam bater palmas no seu portão, e dentre os exemplos que ela nos deu, esse era bem especial. Ela nunca deixou de ajudar essas pessoas, mas não dava dinheiro ou comida simplesmente por nada. Se era mulher ela dizia que tinha roupa para lavar e passar e poderia também limpar a casa e ela pagaria, e se fosse homem, sempre tinha um quintal para carpir e limpar ou alguma coisa para consertar.

Os necessitados fugiam do portão de minha avó, pois muito poucos queriam trabalhar para ganhar seu sustento, quando ela falava de trabalho por dinheiro, eles até xingavam ela.

Esse foi um dos exemplos que nós aprendemos com ela e percebemos que nada mudou. A maioria das pessoas que pedem nos portões das casas seja onde for, não são dados ao trabalho e proliferam em todos os lugares. Ofereça trabalho por dinheiro que você se surpreenderá com a arrogância de muitos desses pseudo necessitados.