Dando corda no relógio do mundo

Muito se tem escrito sobre o amor. Não há tema e sentimento mais analisado e dissecado. Amor e verbo amar são campeões de audiência. Absolutos. Não há papo, conversa, livro, estudo e o ecambau que não trate doassunto, desse sentimento imprescindível ao ser humano.

Em alguns casos ele é colocado dissociado do sexo. Realmente ele é mais importante que o sexo, mas amor sem sexo (refiro-me ao amor físico entre duas pessoas) é um amor pela metade, gambiarra,incompleto.

Mas concordo que quem ama não faz sexo, fz amor. Agora, quando se ama não pode haver de um parceiro nenhum tipo de poder sobre o outro. Jung disse isso de uma forma arretada: "Onde o amor impera,não há desejode poder; e onde o poder predomina, há falta de amor. U é sombra do outro".

Amor e amar é algo simples mas ao mesmo tempo, reconheço, é meio complexo porque exige entrega, renúncia, partialha e respeito. Amar não é figura de retórica, mas vivência plena, intensa, total. Amor não é algo que se compra, se aluga, se arruma, se toma emrestado, se improvisa... O amor acontece e priu! Tem mais: quem não ama não vive, vegeta. Não há amor pela metade. Gostar nãoaa é amar plenamente. Detalhe: não se ama com medo.

Acho que o grande poeta, um dos maiores do Brasil em todos os tempos, Mário Quintana, resumiu de forma exemplar o ato de amar: "Quando duas pessoas fazem amor/ não estão apenas fazendo amor/ estão dando corda no relógio do mundo".

O amor é lindo. Lindo e tudo. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 23/05/2018
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