Nos Tempos do Mobral

Quando o governo de exceção criou o Mobral, quando milhões de brasileiros, do analfabetismo ascendeu a alfabetização funcional. Como a oposição era controlada e vigiada, travavam-se uma guerra quente. A censura era rápida no gatilho. Muitos programas de televisão eram tirados do ar em questão de minutos.

Como o imaginário popular é sempre criativo, a gente ria no inferno regimental. Acontecia sempre piadas, contadas em grupos restritos, sempre olhando atento para os lados e não sofrer repressões; de choques e pau de arara. Uma piada que a memória conservou; um repórter indo a Selva Amazônica, vê um índio com caderno e lápis, conduzindo pela mão um menino, o repórter aborda o índio parabenizando por procurar aprender, ler escrever e já iniciando o menino ao aprendizado. O índio explica: “ Ele não estudá, é merenda pra hora do recreio!” Pelo o clima pesado da época, a gente cagava de rir. Era uma saída humorista, para suportar tamanha opressão. Outra vez; será o Bolsonaro?...

Lair Estanislau Alves.