Alfabeto

Da série: PARÔNIMOS NOSSOS DE CADA DIA.

(Não quero esmolas, apenas uns trocadilhos)

Alfabeto

Zenaide, Yolanda e Xavier: amigos inseparáveis, irremediavelmente convictos da fortaleza dos seus laços. Nenhum quebranto poderia abalá-los. A amizade os fez unificar e compartilhar os seus compromissos cotidianos com todos: passaram a frequentar ou exercer o mesmo colégio, depois a faculdade, Igreja, bar, trabalho e, para felicidade dele, a mesma cama. Mas o preço pela xifopagia social ainda seria pago. Sendo críticos literários, circunstâncias os impuseram a frequentar um espaço de reciclagem profissional: o primeiro clube de letras da região, fundado por Roberto. Por ser o pioneiro, o dono o chamou de Alfa, e posteriormente o associou ao seu nome, melhor ao seu apelido: O Alfa Beto, assim mesmo como se lê. O trio cristalizado, de tanta introspecção, não conseguia comparecer a tempo às reuniões, perdiam a hora em interseções íntimas, eram derradeiros no chegar, causando transtornos aos frequentadores. Farto pelos contumazes atrasos, Roberto num arroubo de irresignação propalou a toda a tertúlia: “o trio ternura nunca será o primeiro, pelo contrário; nas trevas não serão os holofotes, herdarão apenas “a lanterna” e sempre ficarão para trás; serão no meu Alfa Beto letras últimas: XYZ.

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<** CONVITE **>

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© Leonardo do Eirado Silva Gonçalves

Setembro/2017

Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 11/06/2018
Reeditado em 25/06/2018
Código do texto: T6361811
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