Ripa na Xulipa

Estamos em plena copa, mas apenas uma parte dos brasileiros estão acompanhando todos os jogos, e, mesmo esses, sem empolgação nenhuma, principalmente depois do empate do Brasil com a Suiça. Apesar de tudo estar transcorrendo normalmente na Rússia, tudo nos trinques, não se roubou uma carteira, não houve um protesto, se algum gesto obsceno houve ou algo imoral não foi nada por parte dos russos, li que um sujeito daqui de Pernambuco teria aprontado. Nota dez para a Rússiade Putin, que é aplaudido quando aparece em público, diferente daqui, né mesmo? Mas os jogos em si estão muito fracos, salvo aquela exibição de Cristiano Ronaldo, a coisa está uito medíocre. E a imprensa, a brasileira, esta é péssima. Como falta um cara como Osmar Santos com seu talento acoplado ao humor, com aqueles bordões, "Ripa na Xulipa" (com xis, assim me disse o cara que vende piruitos na esquina)e "Pimba na Gorduchinha". Bons tempos.

Bem, mas o que desejo colocar é que sem o tempero do humor não se chupa direito nem um picolé ou pirulito. E sem o molho da humildade qualquer comida fica insossa. Temos que ter humor, como se fosse o tempero da Cacau (personagem da novela, está arrebentando). O tempero e a humildade, que é o molho dessa baiana arretada, que além da humildade possui brio e não gosta de elitismo.

Vejam bem, por incrível e hilário que possa parecer, está havendo uma espécie de patrulha feita por revisores eruditos em compotas que estão de lupa nas ventas examainandoi grafia, falta de palavras, digitação incorreta, toda espécie de falhas e de falhas gramaticais. Não usou o português escorreito leva pau na moleira, não seguiu os cânones da chateaçãovai de castigo. Mais: é penalti se divagar, fantasiar, sonhar, escrever usando a imaginaação. Tem que se escrever teses, ensaios, caatau de masturbação intelectual. Quem não seguir as regras da chateação leva cartão vemelho. Era só o que faltava. né mesmo?

Ora, no espaço crônicas pode-se, sem ferir qualquer norma, se divagar, fantasiar, sonhar, usar o humor, o tom coloquial, brincar, enfim, escrever com opróprio estilo. Não se pode mudar de estilo porque a patrulha da erudição de marré-marré não gosta. Já afirmei ene vezes que devido aos remédios que tomo par asma fiquei com as mãos trêmulas e meu neto é quem digita minhas maltraçadas, se ele pula uma palavra, erra na grafia ou comete uma falha (a maioria são minhas mesmo) eu não posso pedir a preventiva dele, enquadrá-lo nos rigores das leis da chatura. Pelo contrário, eu sou muito grato a ele, e assumo meus erros, si meus. Não está ofendeno ninguém, as hermanas e hermanos estão cansados de conceder habeas corpus a esses, digamos, senões. Éo que a maioria diz, até se divertem com meus erros. Juro.

Assim, vou continuar do mesmo jeito, escrevendo o que me der na telha,arengando, sendo irreverente, errando paca e me divertindo, não vou azedar e nem virar vinagre nunca. Deus me livre e guarde. Por isso aqueles que me patrulham e ficam irritados com o que escrevo podem sossegar a periquita e tirar o cavalinho da chuva porque vou continuar,inclusive sem confundir crônica com ensaio chato.

No mais, vou seguir à risca um conselho do meu cumpade Lacan (partidário da fantasia nos escritos): "A verdade só pode ser dita na malha da ficção". Não posso também deixar de lado o que me aconselhou meu padim Confúcio(este4 é partidário da humildade): "A humildade é a única base sólida de todas as virtudes".

Sem esquecer que prefiro o humor de Osmar Santos, que bradava nos microfones: "Ripa na Xulipa" e "Pimba na Gorduchinha". Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 18/06/2018
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