Neruda: dores do amor

O mar da vida não é um mar de rosas. É mais de tormentas, vendavais, tempestades, um mar revolto constante, um mar rebelde, raivoso... Em vez de rosas, há nele dores de amor. Mas, porém, contudo, todavia, não obstante (como repetia um professor de história meu amigo), esses perigos do mar bravio não consegue desfazer, arrefecer e nem destrir o amor dentro da gente. E o amor, mesmo em meio às tempestades, é lindo, até quando não da certo.

Sou um romântico incurável, inclusive fascinado por amores difícies, tormentosos, permeados por dificuldades mil, amores que não terminam com aquee célebre "the end e foram felizes para sempre". Sempre releio e lembro textos, romance, novelas, filmes e músicas sobre amores que não deram certo devido à conspiração e à força das circunstâncias. Mas que foram, repito, amores lindos.

Mas é na poesia que realmente me regalo no que diz respeito ao amor, ao amor que não dá certo, o amor que foi atingido pelas forças do destino, o amor quase tragédia. O amor qe os peotas cantam de forma tão perfeita e emtiva. Vinicius foi um mestre nesse tipo de poesia. Mas acho que há um poema de Neruda (O Poema 20, dos "Vinte Poemas e uma Canção desesperada") que acho hors concours. É um poema quesepre releio em voz alta mas como minha voz é muito ruim nunca chego ao fim da declamação, mas me emociono e, não raro, choro. Vou transcrevê-lo:

"Posso escreveros versos mais tristes esta noite/ Escrever por exemplo:/ A noite está fria e tiritam azuis, os astros à distância/ Gira o vento da noite pelo céu que canta/ Posso escrever os versos mais lindos esta noite/ Eu a quis e por vezes ela também e quis/ Em noites como esta, apertei-a em meus braços/ Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito/ Ela me quis e eu também a queria/ Como não ter amado seus grandes ohos fixos?/ Posso escrever os versos mais lindos esta noite/ Pensar que não a tenho/Sentr que já a perdi/ Ouvir a noite imensa mas profunda sem ela/ E cai o verso na alma cmo orvalho no trigo/ Que importa se não pode o meu amor guardá-la?/ A noite está estrelada e ela não está comigo/ Isso é tudo/ A distância alguém canta. A distância/ Minha alma se exaspera por havê-la perdido/ Para tê-l mais perto meu olhar a procura/ Meu coração procura-a e ela não está comigo/ A mesma noite faz brancas as mesmas árvores/ Já não somos os mesmo que antes havíamos sido/ Já não a quero, é certo/ Porém quanto a queria!/ A minha voz no vento ia tocar-lhe o ouvido/ De outro, será de outro/ Como antes dos meus beijos/ Sua voz, seu corpo claro, seus olhos infinitos/ á não a quero, é certo./ Porémtalvez a queira/ Ah! é tão curto o amor, tão demorado o olvido/ Porque em noites como esta/ Eu a apertei em meus braços,/ Minha alma se exasperaor havê-la perdido./ Mesmo que seja a última dor que me causa/ E estes versos os últimos que eu lhe tenha escrito".

Não, deois de reler este poema coo fica miúdo, pequeno, imbecil o debate político. O importante na voda é mesmo o amor. O amor de verdade, mesmo aqueles que nao dão certo. Juro. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 22/06/2018
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