QUEM SÃO ESSES LOUCOS?

Quem são esses loucos que escrevem e acreditam na força da palavra? Eles são os Ignácios, Júlios, Alciones, Mias, Lucindas, Marinas, Fabrícios, Moacires, Mindlins... Eles também são os Piratas, Ziraldos, Lias, Cecílias...
O que querem esses loucos alcançar com os livros que publicam para os adultos e as crianças do Brasil e do Mundo? E quem são todos aqueles loucos, cinco mil, que ficam em silêncio absoluto, ouvindo as falas, os sons, as arteirices desses outros loucos, aplaudindo a cada nova tirada?
O que é essa loucura de Circo da Cultura, cercado de instalações de infraestrutura onde trabalham aqueles que estão certos para alimentar, vender livros, oportunizar meios de informações para jornalistas, prestar esclarecimentos, enfim, deixar os loucos bem à vontade?
Quem é essa louca, a Tânia, idealizadora de todas as loucuras, agregadora de uma equipe tão ou mais louca que ela, fazendo toda a loucura acontecer?
Não, por favor, não responda as perguntas. Não quebre o encanto, a magia da literatura e da arte que, durante a última semana de agosto, o mês do cachorro louco, dominou uma cidade – Passo Fundo – irmanou um estado – Rio Grande do Sul – apiedou um país – Brasil – e alcançou um espaço – o Mundo.
E dizer que vi todos esses loucos e toda essa loucura e ficava cada dia mais louco e pedia a Deus que nunca mais precisasse voltar ao mundo certo, porque completamente louco ficara e assim gostaria de estar para sempre.
Mas foi preciso voltar. Voltar para contar a quem não teve o privilégio de ver a loucura inteira, somente fragmentos pela televisão, pelos jornais... Voltar para dizer que de terça a sexta de manhã havia cursos diversos, havia Encontro da Academia Brasileira de Letras e Encontro de Escritores Gaúchos. Neste estiveram, nas quatro mesas de debates: Caio Ritter, Marcelo C. da Cunha, Paula Mastroberti, Paulo Bentacur – Alfredo Aquino, Cláudia Tages, Paulo Ribeiro, Sérgio Capparelli – Daniel Galera, Fabrício Carpinejar, Letícia Wierzchowski, Moacir Scliar, Charles Kiefer – Aldir Schlee, Kledir Ramil (representado por Carpinejar) e Monique Revillion, coordenados por Luiz A Fischer e Rui Carlos Ostermann.
Foi preciso voltar para dizer que houve conversas paralelas, teatro e outros shows interessantes.
Mas se foi preciso voltar, não posso deixar de confessar: Nunca mais serei o mesmo, preciso implodir minhas estruturas para reerguer este novo louco em que necessito me constituir, porque é necessário que o Brasil leia mais, muito mais, imensamente mais; e somente uma loucura enorme que tome conta, qual um Festival de Besteira que Assola o País (Deus tenha Stanislaw Ponte Preta) será capaz de fazer esta necessária e louca revolução.
Se você nada entendeu do que falei acima não sabe que em Passo Fundo ocorreu de 27 a 31 de agosto a 12ª Jornada Nacional de Literatura e que o Conselho Estadual de Cultura negou apoio da LIC a este importante evento, gerando fortes manifestações de repúdio, decisão, felizmente, reconsiderada.

Obs.: Foto da mesa do último dia no Encontro dos Escritores Gaúchos, da esquerda para a direita: Aldir Schlee, Monique Revillion, FabrícioCarpinejar, Rui Carlos Ostermann e Prof. Mestre da UPF Eládio Wilmar Weschenfelder.
Fotos disponíveis no site da Jornada Nacional de Literatura e no PNLL.