Desencontro de amores

Depois que você foi embora, meu mundo desabou, parece que uma tempestade avassaladora passou em minha vida, perder você de minha existência é mesmo que sofrer infinitas vezes, esse elo que nos uniam foram partidos, fiquei desprotegido,  meu vaso de cristal se reduziu a cacos, meu animal de estimação morreu, meu portão emperrou, o cano d’água furou, os meus caminhos se alagaram, não tenho onde pisar,  minha calçada está afundando,  meu coração está quase parando.
O pesadelo instalou em minha vida, da sacada olhando para o horizonte tudo ficou mudado, tem hora que as nuvens retratam o mau, as aves de rapinas voam neste céu nebuloso, as tardes não são as mesmas, não vejo mais você passeando pelo meu jardim, as belas rosa do ramalhete se despetalaram, tanto que eu gostava de contente cantar minhas melodias completa de poesia, agora minha garganta está rouca, de tanto chorar neste abandono, não consigo emitir uma se quer nota musical.
Cecília, Cecília meu amor, veja o prejuízo que você causou em minha vida, os vasilhames de bebidas estão acumulando, os copos esvaziados rapidamente, todo o líquido embebecido, absorvido por esse meu organismo debilitado, na verdade ainda não preenche o vazio que você deixou aqui no meu peito, até perdi o apetite, vivo aqui no alpendre desolado de olhos para o teto em volta de várias carteiras de cigarros.
As minhas roupas; essas em que me visto neste momento cheiram mal, se sujaram durante esses sete dias de solidão, permanece em meu corpo, calçados jogados cada um em seu canto, minhas meias estão exalando maus odores, mas continuam vestidas em meus pés, não consigo me curvar para tira-las, me serve de calçado durante os passos de onde estou até a geladeira.
Cecília, consegui pestanejar um pouco, acho que foi o efeito da bebida, até meus sonhos com você não é mais o mesmo, acordei de um pequeno pesadelo, sonhei que eu estava em uma batalha naval, e você aparecia como anjo apaziguador, cessando essas guerras,  parece que vinha me salvar, eu ainda percebi seus lábios vermelhos quanto movia em voz orando e me desejando o bem,  Cecília minha querida, sei que o amor tem muitas facetas e estagio, sei que eu estou passando pela última fase, caminhando para o desterro, acho que serei expulso deste meu mundo, quando eu me desprender deste meu corpo e nessa longa viaje em direção ao infinito, procurarei você em cada estrela dessa constelação, Cecília tudo que eu tenho a dizer a você é que eu não posso existir sem o seu brilho, vou morar com você neste nesse seu céu estrelado, por você vou fundar um país, aquela nossa sacada estará sempre colorida de belas rosas que eu vou regar com amor todos os dias da minha eternidade.
Antherpor/15/7/18
 
Antonio Portilho antherport
Enviado por Antonio Portilho antherport em 14/07/2018
Reeditado em 15/07/2018
Código do texto: T6389635
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