Que chamado é esse?

Sempre me perguntei o que leva algumas pessoas a largarem a vida, abandonarem família, amigos, trabalho e prazeres humanos e se afastarem do mundo em busca de uma experiência espiritual.

Vem a minha mente a figura culta, rica e materialista de Agostinho de Hipona, sempre envolvido com a arte de viver intensamente, deixando tudo, inclusive os amores, e se fazer padre.

Logo em seguida me envolve a lembrança de Francisco de Assis e Clara, renunciando aos bens terrenos, fazendo-se pobres e passando a viver para Deus e para os necessitados.

Como esquecer de Madre Teresa de Calcutá, lá na Índia, abdicando do fausto e das vaidades femininas, seguindo um caminho religioso, para cuidar dos desvalidos?

Não há como silenciar diante de Irmã Dulce da Baia, doando-se de corpo e alma a Deus e aos doentes, apesar de sua própria fragilidade.

Há como ignorar os quase quinhentos mil sacerdotes da Igreja Católica que atenderam ao chamado de “a messe é grande mas os operários são poucos”, e abriram mão de ter mulher, filhos, família e riquezas para se dedicar ao Reino do Céu?

Fico pensando em todos os que morreram nas arenas e cruzes romanas por não renunciarem à fé cristã. O que os levou a isso?

Afinal, que chamado é esse?

Acredito que todas essas pessoas e milhões de outros anônimos tiveram uma experiência mística com a Divindade.

Acredito que todos somos chamados à mesma experiência.

Infelizmente somos seduzidos pelas paixões e prazeres efêmeros no dia a dia em que vivemos e não nos damos conta, como esses heróis que nos antecederam, que Deus é o nosso Alfa e o nosso Ômega.

Pedro Lodi
Enviado por Pedro Lodi em 24/07/2018
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