Saudade das cartas de amor

Há uma música do sudoso Waldik Soriano que ele canta: "Querida, saudações/ escrevo esta carta não repares nos senões....".

Podeaté ser que os mais elitistas em matéria de música torçam o rosto à essa música, taxem-na de brega... Mas, reconheçamos, ele retrata com fidelidade muitas verdades e relembra um hábito saudável de antigamente: o exercício de escrever cartas de amor. Escrevia-se e respondia-se a esse tipo de missivas (gostaram da palavra?). Ou será qwue algupe mais adentrado nos anos nunca escreveu ou recebeu uma sócarta de amor?

As cartas de amor, dizia Pessoa, sao ridículas, mas não seriam ridículas se não fossem cartas de amor. Mas como fazia be às pessoas. Elas aproximavam os namorados, eram, na ealidade, o meio de que dispunham os mais tíimidos para tentar deflagrar um relacionamento amoroso. As cartas de amor eram ua raxe nos anos dourados.

O interessante (lembram-se?) é que quando um namoro antigo acabava, uma das primeiras providências era a devolução das cartas escritas e recebidas pelos ex-namorados. Às vezes eles ne se importavam muito com os presentes, mas as cartas tinham que ser devolvidas porque nelas estavam segredos, confissões, emoções reveladas, sentimentos íntimos que tinham que ser resgatados. Ru conheci um cara, um grande amigo meu, que não devolveu as cartas da amada depois que ela desmanchou o namoro, ele queimou-as publicamente enquanto chorava que nem bezerro desmamado. E ela fz a mesma coisa com as dele, mas se ocomponente do choro, provqa que nao o amara. Era algo muito sério as cartas de amor. Ha uma música que Roberto arlos canta (uma ersão) que fala no assunto. Uma múica belíssima.

Havia outro detalhe interessante: é que vários namorados não sabiam escrever cartas de amor, nem filando daquees livros que traziam vários modelos de cartas. Então nao havia outro remedio senão recorrr a terceiros. Fui um dos que ajudaram vários enaorados. Escrevi muitas cartas de amor em noe de conhecidos e amigos. Mas nelas só colocava aquio que eles pediam, não colocava nada extra. Detalhe: certa feita escrevi uma carta para um amigo se declarando a uma moça,e escrevi a da moça aceitando o namoro. Só muitotempo depois quando descasaram e ficaram numa boa foi que descobriram esse fato. Um barato.

Mas havia também as cartas de amor tristes, eram aquelas escritas desmanchando o romance. Era um horror, ua tristeza. Me neguei a escrever esse tipo de carta. Recordo que uma moça quase toma formicida tatu quando recebeu uma carta do namorado rompendo o namoro, e uma moça quis cortar os pulsos quando recebeu esse tipo de carta.

A verdade eé que as cartasde amor marcaram época. Hoe nao ha mais necessidade delas, não se usa nem e-mail, nem sequer telefone, nem zap, acaba-se cara a cara, sem chororô... Mudou tudo, mas há as exceções...

Vou ficando por aqui, ou ouvir a música de Waldik e a que Roberto canta, a versão. E lembrar do tempo das cartas de amor. Inté.

P.S. A política está pela bola sete. Chatérrima. O Brasil está chato.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 14/08/2018
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