ESTÓRIAS CARIOCAS ACRONOLÓGICAS - PARTE IV

Graças (nomes) cariocas, assunto interessante. Algumas vezes, apenas a "tradução" sem detalhes, nome de origem indígena ou africana. ----- Pensaram que era um rio - a ideia hídrica de baía veio bem depois... -, era janeiro, a localidade "virou" Rio de Janeiro. Branco fez uma casa 'diferente', índio logo nomeou - característica visual em dialeto indígena - carioca, isto é, 'casa de branco'. ----- Idem muitos dos 160 bairros, incluindo sub-bairros, e infinitas ruas. Mil e uma contestações... / Leopoldina (linha férrea), Abolição, assim como Vila Isabel, agraciaram as famosas figuras libertadoras da monarquia e da escravidão: imperatriz e princesa. / Arpoador, baleias chegando tão perto, provável até arpeá-las sem barco. / Bangu, origem na existência de banguê nos engenhos, área onde os escravos guardavam bagaços de cana. / Botafogo era o sobrenome de um artesão português armador no século XVI. / Caju porque era a árvore dominante em chácaras e sítios coloniais e identificador famoso dos banhos medicinais praianos de D. João VI. / Catete era 'mato escuro' na língua indígena. / Catumbi, em tupi significa 'folha azul'. / Uma imagem de N. S. da Candelária foi colocada à beira do lago Titicaca, na Bolívia - atitude conemplativa, logo o povo aimará chamou de 'kota kahuana' que significa 'mirante azul'; no século XVIII, réplica vaio para o Brasil pelas mãos de um comerciante português... deu nome "torto" à praia mais famosa do mundo, Copacabana, cuja igreja conserva até hoje a tal imagem. / Na região do atual bairro do Encantado, havia um rio supostamente mágico, que tragava tudo o que caísse em suas águas; em outra versão, o nome vem das encantarias das benzedeiras locais, indígenas e africanas, que - durante séculos antes dos médicos - praticavam curas. / Engenho de Dentro, região forte em engenhos de açúcar no Brasil colonial. / Engenho Novo, após expulsão dos jesuítas que possuíam três engenhos de açúcar, o novo proprietário explorava madeira e cultivava hortaliças. / Na Gamboa, de novo influência africana (real topônimo de origem indígena ou africana?), havia um enorme quilombo. / Grajaú, garajaú na língua indígena, 'rio dos carajás', grupo indígena. / Humaitá, 'pássaro verde' em guarani, herança da Guerra do Paraguai. / Ipanema, 'água ruim' ou 'rio sem peixe' - ainda sem as garotas -, homenagem à vila paulista (onde fica?) São João de Ipanema, onde nasceu este segundo barão. / Jacaré, para os índios, 'lugar sinuoso'. / Lapa, origem geográfica latina (?). / Leblon, lembrando o francês Charles Leblon, grafia LeBlon, fabricante de óleo de baleia usado nos candeeiros de toda a cidade, rico proprietário de toda a região no século XIX. / Maracanã, nome tupi, era um papagaio /símbolo nacional na época do Brasil-colônia/ que vivia em torno de um rio naquele lugar. / Marechal Deodoro, Marechal Hermes e Quintino Bocaiúva por conta da república. / Os burros que puxavam os bondes eram mudados num certo ponto da Tijuca, daí Muda nomeou a região. / Olaria, região onde muitos senhores de engenho mantinham fornos e fabricavam tijolos, aproveitando a abundância de bairro nos morros. / Paquetá, origem tupi, 'rio cheio de pacas'. / Piedade era inicialmente Parada do Gambá, mas numa carta a autoridades os moradores pediram piedade para a troca do nome. / Na Estrada Real, havia uma parada, grandes pilares fincados no chão e os cavalos ali bebiam água - o nome Pilares surgiu daí. / Realengo veio de uma abreviatura idiota, corruptela de 'real engo', real engenho, por mais 3 letrinhas escrevessem logo tudo. / Sepetiba, nome tupi, 'cerrado de sapês', planta de cujos galhos secos se constroem casas. / Tijuca, significado tupi 'água suja'. / O nome Urca teria vindo da inscrição Urk nos navios que lvavam açúcar para a Europa. A considerar-se ter sido o segundo bairro a ser urbanizado depois do Grajaú, o nome bem poderia ser abreviação da companhia responsável, Urbanização Carioca. / Valqueire também pode ter saído de uma placa, na área, que identificava o quinto (algarismo romano V) alqueire ou como homenagem ao antigo proprietário de um engenho do século XVIII, com tal sobrenome.

Pergunta que fica no ar. Algum dia EU serei placa de rua??? Posso desde já escolher a cidade?

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FONTE (parcial):

"Morar bem - De onde vem a sua graça?" - Rio, jornal O Globo, 8/2/15.

F I M

Rubemar Alves
Enviado por Rubemar Alves em 15/08/2018
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