Biocêntricos

Conheci, por acaso, uma espécie de terapia do afeto.

Pessoas até então desconhecidas começaram a me olhar com carinho e amor. Me abraçavam com ternura. Me escutavam com atenção.

Eu as retribuía escancarando minha alma, oferecendo o que de melhor há em mim.

Conheci seres humanos fortes, sem medo de se mostrarem vulneráveis, pois sabem que a união faz a força e nossos conflitos são materiais de estudo.

Conheci uma forma de aceitação e acolhimento baseada na tolerância. Nesse jeito de viver, os erros não são severamente punidos, eles são olhados e abraçados na perspectiva de que somos seres humanos multidimensionais. Ninguém é uma coisa só. Somos infinitos, múltiplos e reais.

Conheci a morada de cada um sem ter ido em suas casas. Falamos sobre nós, falamos sobre o mundo, e como a gente está interagindo com ele. Falamos de amor. Falamos de vida. Falamos disso que acontece aqui e agora, e como isso ressoa no espaço.

Falamos de ancestralidade e da força que nossas histórias carregam. Olhamos para fora, para dentro e para os lados. Somos parte de tudo, e do todo não podemos nos distanciar.

Somos vida, e na vida queremos nos centrar. Biocêntricos. Da vida, com a vida, para a vida, e pela vida.

Com vocês eu sou todos, e também sou um.