Interrogam-se as pinturas
 
          Era uma sexta-feira, em 22 de novembro de 1963, quando conversava com o amigo Carlos Aranha, na casa da sua mãe Antonieta. A tela da grande TV GE, então em preto e branco, mostrava-se totalmente escura e, no centro, em letras garrafais, apenas uma palavra: Shame ! Ou no nosso idioma, vergonha com que significava estar o povo americano,  indignado porque tinham assassinado John F Kennedy, ou, mais uma vez, um presidente dos Estados Unidos. Quem teria sido? Quantos atiradores de tocaia por trás dos arbustos?
          Antes ou depois dos disparos, tinham preso um considerado “militante comunista”, Lee Oswald, empregado no armazém Texas School Book Depository, na Praça Dealey de Dallas, onde ocorreu, com certeza, tal tragédia. Por lá, momentos depois do alvoroço, Julia Ann Mercer testemunhou ter visto Sr Jack Leon Ruby num carro, acompanhando um outro homem que carregava um estojo preto, parecendo guardar um instrumento musical ou rifle desmontado. Na sequência dos fatos, esse Sr Ruby, “dono de uma boate e associado à Cosa Nostra Americana”, foi à prisão, onde estava Lee Oswald, e, bem ao lado da polícia e sem ser molestado, matou o suposto atirador contra J. Kennedy, com tiros de revólver. Preso em fragrante, Ruby contraiu doença misteriosa, depois dita ser câncer; adoeceu gravemente e morreu. Quem envenenou o mafioso Ruby?
          Roberto Kennedy, irmão do primeiro Kennedy e ex-Ministro da Justiça, que muito sabia sobre a morte do fratello JK, quando fazia campanha à presidência dos USA, foi eliminado por dois tiros pelo descendente árabe Sirhan Sirhan que foi submetido à pena de prisão perpétua e que talvez desapareça antes dessa perpetuidade porque faz parte dessa fogueira de arquivo... Pergunta-se às fotografias e às teorias das conspirações: Quem matou Jonh Kennedy? Quem maquinou o desaparecimento de Bob Kennedy? Interrogam-se as pinturas: Na tela Guernica, de Pablo Picasso, quem matou quase toda essa indefesa cidade? A resposta deverá ser: o nazista Hitler, testando suas bombas e seus aviões. Mas, ao painel “A Ópera do fim do mundo”, de Flávio Tavares, mais entre nós, indaga-se: Quem matou a política e líder popular Marielle Franco? Interrogam-se as pinturas e talvez elas respondam, antes dos vagarosos inquéritos...