VAMOS PENSAR UM POUCO .....

VAMOS PENSAR UM POUCO .....

Emancipados em 1985, já passamos dos trinta anos de liberdade. De lá para cá foram muitos candidatos a prefeito e a vereador; alguns eleitos e a maioria rejeitada nas urnas. Verdade também que a grande maioria dos nossos habitantes é formada por pessoas que vieram de fora, talvez por conta da oportunidade de emprego trazida pelo polo industrial, nosso vizinho. Mas, será que ainda não temos maturidade para tomar as rédeas dos destinos da nossa terra? Até quando teremos, por exemplo, que ver que a quase totalidade dos vereadores eleitos é formada de gente de fora. Por que não votamos nos nossos conterrâneos?

Penso que o custo milionário de uma campanha, por si só já era um impeditivo para que nossa gente se manifestasse. Somos de origem humilde, de gente pobre que tirou e ainda tira seu sustento da força de trabalho como peão de fábrica, vendedor ambulante, feirante (vendedores de bananas, abacaxis, e tantas outras iguarias), e todas as outras espécies de “oreia seca”. Vender na feira faz parte da história duma cidade que já teve o nome de Feira Velha de Capuame.

Talvez tudo isso tenha se transformado em impeditivos para que os filhos da terra se manifestassem nas campanhas políticas. O custo milionário das campanhas atrai quem tem dinheiro e intimida quem não tem. Por outro lado, a falta de cultura do povo brasileiro se revela muito na hora do voto que, em grande parte é trocado por algum benefício tirado do candidato. Dessa forma, quem tem dinheiro parte com vários corpos de frente como sangue pura correndo com pangaré. Tudo isso é entendível, embora inaceitável. Precisamos centrar fogo nos nossos ideais e buscar eleger os filhos da terra.

Às vésperas da próxima campanha, gostaria de chamar a atenção dos meus conterrâneos para que olhem e privilegiem os filhos da nossa terra. Vamos escolher um vereador, mesma que pobrezinho, mas dos nossos, um que desde que nasceu toma banho e bebe água mineral, a mais leve do Brasil. Vamos escolher um vizinho, um colega de escola, de trampo, de cachaça, de igreja, de culto, de religião. Vamos valorizar nossa gente e criar um cenário próprio para que em breve também elejamos como nosso prefeito, um tabaréu da Rua do Açúcar, do Jacumirim, da Vaginha, do Imbassaí, do Genaro, do Cachorro Morto ou da Vila Garrancho. Um candidato que como nós tenha sofrido na pele a dor do sacrifício de dividir o pouco ou quase nada com muitos irmãos, que saiba e compreenda verdadeiramente o valor que tem o Rio Imbassaí para nossa gente. Vamos votar nos nossos ambulantes, nos vendedores de bananas, de feijão na feira, um que saiba quem foi Dedê (famoso vendedor de farinha, e pai de Lula), quem foi Jessé Bomfim, Sargento Lima, Raimundo Tamburete, Lucas Evangelista, Altair da Costa Lima, Ditinho, Maurício do Peixe, Professora Idinha, Bié Carpinteiro, D. Ambrosina dos Correios, Arlindo Preto, Meladinha, João Amâncio e D. Mariá, Joaquim de Jessé, D. Paulina (mãe de Pi), Alcides Açougueiro, Seu Felix, Lapinto, e tantos outros conterrâneos pobres, mas ilustres e que só nos deixaram uma história de luta e de muita honestidade. Vamos votar no nosso povo para homenagear os nossos antepassados e nos prepara para muito em breve assumir todos os destinos da nossa cidade.

Claro que entendemos e aceitamos as pessoas que vieram de fora e se declararam nossos conterrâneos. Somos agradecidos pela contribuição que nos trouxeram, mas não podemos deixar de admitir que, embora com os mesmos direitos, diferentemente dos adotados, os filhos da terra têm o mesmo sangue correndo nas nossas veias.

Para Vereador Vote em Dias d’Ávila!

Justino Francisco dos Santos

Escritos. Em 06. 08.2016.

Justino Francisco
Enviado por Justino Francisco em 23/09/2018
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