Luzes da Ribalta

Hoje o meu neto estava estudando com alguns colegas para uma prova do curso de Direito. Ouvi eles falado que tinha muita coisa sobre o poder. era a teoria de Montesquieu e outros. Não deram um pio sobre a política e nem a briga pelo poder aqui no Brasil. Não sei se isso é bom ou mau. Tanto pode ser um como outro. Não dei um pio, por dois motivos, não fui chamado e se fosse não saberia ajudar em nada haja vista que sou uma nulidade em flosofia, sociologia e toda espécie de ciências políticas; e segundo, não gosto de influir e nem me meter nas decisões e opções dos jovens. Não posso dizer com certeza em quem os meus netos votaram no primeiro turno. Democracia não se imoõe, se vive.

Mas me lembrei de uma crônica antiga que escrevi num jornal de Pesqueira, em 1984, onde tentei, apesar das minhas limitações, refletir sobre o poder. Apelidei essa crônica, aliás, malatraçada de Luzes da Ribalta. Uma bestirinha, na época eu já apresentava sos primeiros sintomas e abestalhado. Transcrevo o besteirol:

"Desde o primórdio dos tempos o Poder fscina. divide. atordoa. Ele é a razão das lutas, das guerras, dos holocaustos, das revoluções. O vírus do Poder está incrustrado na alma humana, aparecendo sob mil disfarces. A sensação de mando, a constatação da impunidade, o livre arbítrio para fazer o que quiser, a submissão de todos às suas ordens, realiza qualquer ser humano que não possua sólida formação moral e humanística ´e a maioria anão possui.

"No entanto, a ambição pelo poder às vezes é justa e saudável. Sem ela o homem não teria progredido. Sem as disputas, as competições, os desafios, a humanidade não estaria no estágio que se encontra hoje. Ocorre que, na luta pelo Poder, alguns se embriagam pela glória e querem o Poder absoluto, isto é, a ditadura. Eliminam todas e qualquer regras ou normas democráticas que possam , por intermédio do veredito popular, arrancar-lhe o Poder das mãos. Oprimido, o povo começa então a a lutar para derrubar o governo. Tal luta de libertação não visa ao Poder pelo Poder, ms sim a derrubada de uma estrutura injusta. Pena é que não raras vezes denytre os oprimidos existam líderes com tendências fascistas como as dos seus adversários. Daí, muitas vezes a derrubada de uma ditadura seja o começo de outra.

As luzes da ribalta do Poder são ofuscantes. Costuam cegar alguns dos seus atores. Mas elas, tal qual o Poder, não são eternas. às vezes são até immaginárias. Por isso que o Poder, via Democracia, afigura-se-me como o ideal. Principalmente porque prevê a rotatividade entre os atores: uma hora o palhaço é o rei, outra hora o rei é o palhaço. Por mais casímos que sejam inventados nos laboratórios dos poderosos, por mais obstáculos que sejam colocados contra a participação popular, o fato é que só a Democracia consegue ser um Poder justo, capz de hamonizar a ambição do homem com o bem-estar da sociedade, sem restrição da liberdade.

"Seria bom que os ávidos pelo Poder fossem pessoas preparadas tanto para exercê-lo como para sair dele. Como o poder assemelha-se muito com uma ribalta, é preciso que os atores saibam descer das escadas quando for encenada a peça da qual participam, pois se ficarem ofoscuados pelas luzes podem levar um grande tombo...

"No mais, é sempre bom ter em mente o que dizia Charles Colton sobre este tema: "O Poder intoxica os mehores corações, como o álcool intoxica as melhores cabeças. Nenhum homem é suficientemente sensato ou bom para que lhe confiemos poderes ilimitados".

Sei que é uma reflexão fraquinha, mas é o qe ainda penso. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 13/10/2018
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