Divagação Domingueira

Amanheci, felizmente, melhor da gripe e sem asma. Já é grande coisa, não é gol de letra, mas é motivo de satisfação. Tomei apenas um café forte e comi uma tapioca. Dei uma respirada e peguei a esferográfica e um pedaço de papel raacunho e comecei a refazer uma maltraçada antiga que escrevi para um jornal de Pesqueira, por sinal uma crônica para o Programa Domingo de Saudade da Rádo Urubá daquela cidade. Vamsos à maltraçada que ganhou plástica, botox matuto.

Na vida é muito difícil a pessoa ser justa. Muito mais difícil é ser independente. Não vou nem falar em idealismo porque isso nestes tempos de ´cólera (não a doença mas o rncor, a raiva, o ódio) é fruta braba.

Da mesma forma, em princípio, talvez seja impossível ser feliz, se bem que quando ouço aquea música que não sei os autores, mas muito bem traduzida por Chico Buarque e cantada divinamente por Maria Bethânia, "Sonho Impossível", eu acho que é possível, sim, ser feliz. Ri muito, recentemente, quando uma amiga me afirmou rindo que só os burros são felizes porque não raciocinam, não entendem nada, aceitam passivamente as chicotadas. É claro que eé uma tremenda injustiça para com esses animais que tanto ajudam o homem. Foi num deles, frise-se, que Josée Maria fugiram levando o Menino Jesus.

Mas voltemos ao tema da felicidade. O que é a felicidade? Será ganhar a megasena da loteria? Será enricar roubando ou não pagando imposto? Será feliz quem vence na vida derrubando o próximo? Quem arma trapaças e trmas no breu das tocas? Quem quer o poder pelo poder, o poder para se locupletar, para perseguir, para prejudicar os mais pobres? Será feliz quem incentiva a violência? Será feliz quem se satisfaz, se rejubla e fica em êta com a desgraça ou infortúnios do semelhante? Ou será a felicidade um sonho impossível?

Em primeiro lugar reconheço que ser feliz não é nada fácil. Realmente como disse o saudoso Gonzaguinha no seu antológico samba, "depende de saúde e sorte". Mas há tamabém a felicidade de ser útil, verdadeiro, gente. A felicidade de plantar uma árvores (isto no sentido mais amplo possível), criar decentemente os filhos, manter a família unida e ser respeitado por ela, ser fraterno e, enfim, a feicidade de cumprir a passagem na Terra como um verdadeiro cristão e cidadão sem máculas, sem resquício de qualquer amoralidade. Acredito piamente que a pessoa pode e deve ser feçliz, mesmo nçao sendo rica; aliás, numa sociedade justa e ética, fraterna e cristã, nao deve haver ecluídos e nem ricos. Todos devem viver decentemente. Penso, pois, que viver uma vida honesta, otimista, amando seus irmãos, sendo solidário e, princialmente, sendo humilde (aceitando ser aenas um eterno aprendiz como diz o citado samba), é possívele deve ser, portanto, um ideal de vida. O que traz a infelicidade é a inveja, a ambição desmedida, o ódio, o apego doentio aos bens materiais, o culto ao bezerro de ouro, mau-caratismo em todos os seus níveis e nuances, a prepotência, a violênca, o desrespeito as minorias, às mulheres, a intolerância.

Vivemos numa sociedade capitalista, vegetando dentro de uma filosofia fria que busca e persegue unicamente o lucro (não importa que sej desonesto), que premia os injustos e os desonestos, acoberta os violentos, defende os cínicos, corteja os bajuladores, cultiva o ódio de classe. Efaz isso em prejuízo dos excluídos. Esta sociedade é perversa.

Apesar disso, mesmo inconformados, não se pode abrir mão da necessidade de buscar a felicidade. É preciso nçao ter medo de ser feliz. Odiar o mundo e as pessoas é colaborar com o sistemade capitalismo selvagem. Éfazr o jogo dele. O ódio gratuto e principalmene o de classe, não constrói nada. Torcr para o circo pegar fogo é um absurdo. Não respeito quem faza apologia ao ódio. Éfascismo. Penso que só o amordá forças para lutar pelos oprimidos e ara reformar a sociedade. Não se pode prescindir da emoção do amor para colecionar ódios. Isso só traz, repito, mais infelicidade. uem faz a sua parte conscientemente, aqeles que, mesmo em face das angústias e agruras, onseguem ser conscientes e fortes, s que lutam e endurecem as posições mas jamais perdem a ternura, estes são felizes. É preciso não perder esses sentimentos tão positivos: o amor, a ernura, a solidariedade. Ees são fundamentais para que o ser humano se complete.

O grane mal de muita gente é vegetar e vez de viver. É também pensar que a felicidade é uma ciência exata qando ela é um entimento inerenteao ser humano. Afelicidade e possível. Mais: ela pode parecer estritamente particular, mas nçao é: ningupem é feliz sozinho. A felicidade é coletiva até porque a obr do Criador, Deus, foi realizada ten do em vista uma humanidade feliz. Ja se disse qe viver éperigoso. Pessoa (foi ele mesmo?) disse num verso lindo, "Navegar e reciso, vr não é preciso". Só que vale a pena pagar o reço de viver com dgnidade, ne como navegar sempre buscando o porto da felicidade. mesmo que isso seja (não e o caso) um sonho impossível. BIva a vida. Vamos viver sem medo de ser feliz. E priu. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 14/10/2018
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