Em tempos difíceis

Em tempos de polarização, o difícil é buscar o equilíbrio. Necessidade esta que muitos não querem porque exige trabalho árduo de pensamento.

Não sou de me manifestar tão clara e publicamente sobre política, mas minhas ideias são claras.

Temos, lógico, a obrigação de não aceitar a corrupção e a hipocrisia que vivenciamos na atualidade. Por outro lado, também é preciso não aceitar a propagação do ódio, da discriminação, da violência gratuita e do aventamento da retirada de direitos trabalhistas conquistados com luta, sangue e suor.

A corrupção não começou no Brasil há 15 anos e muito menos sua institucionalização e muito menos ainda que a esquerda é a responsável por sua implantação. Essa sujeira que inunda o país vem de cima para baixo e pelo menos há uns 518 anos. E até onde se sabe, com exceção dos anos iniciais do século 21 e de raríssimos episódios históricos no século XX, o Brasil nunca havia sido comandado por esquerdistas, socialistas ou comumistas, muito pelo contrário. Enquanto nos dividimos assim, somos explorados e ultrajados em nossos direitos essenciais. A intolerância às diferenças está berrando e ganhando espaço.

Se não pode haver apoio a candidato que visita presidiário, também não deve haver apoio a quem prega a tortura, por exemplo.

Se o Estado não pode ser inchado e controlador de tudo (concordo), também não pode ser um mero arrecadador de impostos e mau gastador. Em ambos os casos o Estado vira uma porca gorda em cujas tetas mamam pessoas espúrias, ridículas e que deixam os excrementos para quem só observa de forma alienada sem perceber que serve de marionete a este status quo cruel.

Mudanças precisam ocorrer, é fato. Mas que sejam mudanças que nos levem ao futuro e não ao passado.

Não confio em quem se diz CRISTÃO/CRISTÃ e apoia ideias radicalmente contrárias às do grande MESTRE, Mestre este que paira acima de qualquer religião ou ideologia, Mestre que sempre pregou o amor, a esperança e que sempre estava do lado de quem mais necessitava, sem olhar sexo/ gênero, cor da pele ou classe social.

Há um clima de ódio e desesperança pairando sobre o nosso país. Não podemos nos deixar dominar por isso, é preciso ter equilíbrio e bom senso para perceber que é exatamente essa nossa divisão em lados antagônicos que querem as forças sombrias e trevosas. Se formos apenas UM lado, o lado da Justiça, do Amor, da Igualdade, da Liberdade, da Luz; não importará quem entre no Poder, pois afinal seremos UM.

O problema é que ainda estamos na fase do EU, precisamos chegar à fase do Nós. Mas isso implica em ceder. Quem está disposto a ceder e a ajudar ao próximo?

Eu ainda prefiro enxergar a luz no fim do túnel e não vou apoiar/votar em quem se acha o supra sumo da ética e moralidade, Mas o discurso não corresponde à prática e nem ao passado. Sim, somos responsáveis por tudo o que falamos e fizemos.

E no final das contas, seja qual for o resultado do pleito, que Deus e suas divindades nos protejam de tanta coisa ruim, inclusive de nós mesmos.

Cícero - 19/10/2018.

Cícero Carlos Lopes
Enviado por Cícero Carlos Lopes em 19/10/2018
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