IGUALDADE E LEGITIMIDADE

Será que o ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana na rede de ensino, promoverá a desmarginalização do negro no Brasil, ou, se constituirá modelos, padrões, normas e regras raciais, como diria Weber um “tipo ideal”? Estudar sobre a História Africana mudaria a mentalidade preconceituosa forjada ao longo dos séculos?

Precisamos encontrar os elos “pedidos” da História Africana, analisando a origem, as ramificações e os processos de sedimentação de uma identidade etnocentricamente moldada diante do olhar do outro.

O prof. Edmilson procura aborda em sua tese, a importância da inclusão da História e Cultura Africana e Afro-Brasileira nos currículos escolares. Concordo com Edmilson, em incluir a africanidade nos conteúdos programáticos das escolas brasileiras, mas surge uma necessidade da investigação, destacando os estereótipos, as falsas imagens sobre a África e as sociedades africanas; promovendo irreflexões das bibliografias estudas a visão de seus autores, e sua correlação com o movimento de luta pela igualdade com relação à legitimidade do negro enquanto sujeito do processo histórico.

Como afirma Maria Antônia Marçal, “a educação que fará a diferença no século XXI, uma escola que valorize o processo de construção do conhecimento e as experiências vividas dos diferentes grupos étnicos que a constitui, uma escola pluriétnica e multirracial, que seja um espaço em que as identidades possam positivamente ser afirmadas ou reafirmadas”.

“A diversidade cultural brasileira, e sua tão propalada pluriculturalidade, devem ser pensadas levando-se em consideração os intercâmbios e as trocas culturais, de forma a colocar em evidência a pluralidade da própria experiência negra no país. Persistentes são as ações e políticas que mantêm e renovam as desigualdades e hierarquias raciais em nosso país” (MARTHA ABREU; HEBE MATTOS, 2008).

A implantação e estabilização da mesma possibilitarão a valorização do negro e de sua imensa contribuição para a formação e construção desta nação. O Brasil é um país miscigenado, e o negro, o índio como o europeu contribuirão de forma direta no processo histórico brasileiro. Faz-se necessário o exílio do eurocêntrico da educação brasileira, promovendo uma ruptura com relação à diversidade cultural, racial, social e política dos currículos escolares.

Como afirma Petronilha (2013): Não se trata simplesmente de incluir os negros e integrá-los numa sociedade que secularmente os exclui e os desqualifica, mas oferecer uma educação que lhes permita assumirem-se como cidadãos autônomos, críticos e participativos. Porém, devemos destacar que a implementação da lei será lenta, mas o seu objetivo trará informações e conhecimentos estratégicos para a compreensão, e o combate ao preconceito e a discriminação racial nas relações pedagógicas.

Em suma, digo que nós pesquisadores da História Africana possuímos as ferramentas necessárias para desbravar as barreiras impostas pelo etnocentrismo. A discussão só está começando, coloquemos em pauta o avanço dos debates e das ações a favor dos movimentos pela igualdade racial.

Dhiogo J Caetano
Enviado por Dhiogo J Caetano em 21/10/2018
Código do texto: T6482095
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.