Quatro anos se passaram...


Parece que foi ontem.
Olhei em volta de mim, e tive a sensação daquele sorriso doce e as histórias que contava, que tanto tinham me encantado um dia.
Assim deixei-me levar no tempo, com o drama do momento em que vivia.
Eram tantas saudades, que quase me sufocavam o peito.
Algo muito forte me apertava por dentro, e eu me perguntava que sentimento era esse, que me cercava em todos os instantes daquele dia?
Sentia a brisa da praia que tocava, suavemente, o meu rosto, e que como um carinho, enxugava a lágrima que teimavam em escorrer pela face.
E o marujar das ondas que quebravam na praia, trazia a sensação de uma marcha fúnebre ao se encontrarem com as pedras.
Contemplei o horizonte, o sol já quase se despedindo, enquanto meus olhos olhavam além e se preparavam assistir um encontro mágico.
Eram céu e mar se abraçando, matando toda aquela saudade que por um momento, identifiquei como minha também.
Roubei a cena e, senti dentro de mim, como algo que acariciasse toda a minha alma.
Vi a noite chegar com toda a sua transformação, trazendo um cenário negro e esplendoroso.
Confesso ter sentido Deus dento de mim.
Quase consegui contar todas as estrelas ... impossível eu sei, mas identifiquei bem as “Três Marias” e o ”Cruzeiro do Sul,” entre as milhões delas perdidas na imensidão. Vi a lua radiante despontar, com toda a sua formosura, que vinha saudar alguns casais apaixonados, que se deleitavam com o toque suave de seus lábios ardentes no encontro de um beijo.
Assim, vagarosamente, saí de cena, e retornei para dentro de mim, um tanto assustada e surpreendida murmurei: - Quatro anos se passaram!