Gratidão
 
Tem momentos na vida, que Deus quer nos abençoar, mas estamos com o coração tão fechado, para receber aquilo que ele tem a nos oferecer, que se bobear a gente perde a benção. A impressão que fica naquele instante, que apenas o sarcasmo, a indiferença, a ingratidão, a zombaria, o desprezo é que habita o nosso ser.
Assim foi quando eu vim morar aqui em Mucuri. Peguei essa casa como parte do pagamento do negócio realizado em Coronel Fabriciano, depois de várias propostas esdrúxulas e de quase dois anos de negociação.
Afinal de contas, eu não tinha muita opção, com 130.000,00 reais de dívida no Banco do Brasil para pagar, essa foi a que achei mais conveniente. A necessidade foi tanta, que olhando essa casa por fotos na internet, eu resolvi fechar o negócio, sendo que somente um mês após, que eu vim conhecer esse imóvel.
Os primeiros meses, foram difíceis para mim, é tanto que no início eu ficava mais em Fabriciano, do que aqui em Mucuri. Olhava para tudo com desprezo, zombaria, era tudo muito feio, sem graça, sem vida. O pouco caso foi tanto que somente depois de 18 meses, que vim me tocar que poderia alugar as quitinetes. Até que num dado momento, tocado pelo Espírito Santo, fui advertido: até quando eu iria agir assim? Foi a partir de então que pensei: meu Deus não posso continuar assim, muda dentro de mim essa atitude, tira essa ingratidão do meu ser.
Desde então num piscar de olhos, tudo começou a mudar. Logo, logo eu me adaptei, comecei a fazer algumas amizades, passei a enxergar nisso aqui, as bênçãos e o livramento que Ele tinha me dado. As quitinetes que até então era objeto de zombaria, passei a observar que com uma pequena melhoria, elas poderiam ser liberadas para serem alugadas, e graças a Deus por muitos, elas têm sido lugar de descanso, refrigério, sossego e paz.
Coitadinha da Feiosinha, como eu a desprezava, demorei seis meses, para que eu deixasse ela tocar em meu corpo, sendo que hoje meus olhos enchem de amores por ela.
A visão que tenho hoje desse lugar é completamente o oposto de antes. Em tudo vejo a provisão de Deus. Coisas tão simples e tão prazerosas. Como eu amo acordar de madrugada e ir para o quintal observar o firmamento, parece que estamos mais perto do Divino. É simplesmente gratificante, pegar uma bacia plástica e ir para debaixo do pé colher acerolas, que gozo, que paz inunda o meu ser.
Recentemente estava chovendo, como eu amo ficar aqui da janela, observando a chuva que cai, os pássaros que ficam a brincar. Agora mesmo estou olhando para o terreiro, comendo canjiquinha estão três rolinhas e um coleiro, com a chuva os canários debandaram. Cada inquilino que aqui chega, agradeço a Deus por mais uma provisão.
Agora depois de quatro anos, onde habitava a ingratidão, o sarcasmo, a zombaria, a indiferença, reina a Paz, a alegria e a gratidão. Obrigado meu Deus, por fazer-me enxergar, o quão ressequida estava Minh’alma.
 
 
 
 

 
Simplesmente Gilson
Enviado por Simplesmente Gilson em 11/11/2018
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