O cafézinho da rodoviária

Quando criança, eu mergulhava nos rios do sítio dos meus avós.

Nós brincávamos de reter a respiração ao máximo.

Quando sentíamos que não aguentávamos mais, muitos goles de água revoltas, misturadas com areia, nós engolíamos.

Sorvo o café da rodoviária pensando nesse tempo mágico.

Pagando um preço caro para uma xícara de café com gosto da areia das tubulações da cidade.

Mas a lembrança daquela época enche o meu paladar de emoções,

E perdoo a ganância do vendedor e enganador.

Crianças nós desconhecemos os perigos,

A proximidade da morte,

A vida para nós é uma brincadeira,

Uma companheira que nunca nos abandonará.

Nas rodoviárias as pessoas não acreditam no dia de amanhã.

Levam 2,3,4 malas de roupas, imaginando a queda de temperatura, com as tempestades, nas tardes de verão.

Robertson
Enviado por Robertson em 12/11/2018
Código do texto: T6501270
Classificação de conteúdo: seguro