Saudade da culinária regional

Geralmente, quando se fala em culinária, algumas pessoas acham que isso de duas, uma: ou é papo de glutão ou assunto de mulher. Nada mais errado, a culinária é parte importantíssima da cultura de qualquer povo. Veja-se, por exemplo, a França: a culinária é um dos pilares da sua cultura, assim como na Espanaha, na Grécia...

Há que se considerar também quegrandes pensadores, escritores e cientistas sociais trataram desse tema em seus escritos. Um deles foi Gilberto Freire. Para ele a cozinha era parte substancial da cultura nordestina, e a ela o Mestre de Apipucos sempr se referia nos seus livros.

Sei que vivemos noutra época, no reino da comida tipo fast-food, dos serf-service, a comida rápida e padronizada. Globaizada, o mesmo tipo de comida de sel-service do Recife é o de quaquer outra cidade, do Oiapoque ao Chuí. É uma comida sem imaginação, sem um bom tempero como os de outrora, sem aquele gosto da comdinha caseira arretada. É tudo preparado para grande um número de pessoas, sem nenhum copromisso com o paladar. Ora, essa padronização culinária acabou- ou está acabando - com uma das marcas registradas do povo: a sua culinária.

Está ficando difícil encontrar, or exemplo, o feijão verde com carne de sol e manteiga de garrafa, o cozido, a feijoada nos trnques, a buchada, a dbradinha, a cabidela de galainha capoeira. a éixada completa etantos pratos tradicionais.

Até mesmo aqueles almoços semanais, nos sábados e domingos, que reuniam as famílias, estõ desaparecendo porque as pessoas preferem ir aossel-services. Em resumo: : a moda está liquidando até um hábito saudável e cultural. As pessoas já não dão importância ao lado social e cutural dos almoços em família. Nem ligam também para o sabor, parece até que abriram mão do paladar. Nem se recordam daqueles almoços gostosos que a gente pssava, depois deles, a semana toda lambendo os beiços. Daqueles almoços que quando terminavam a gente sentia o corpo amolecer, vinha aquela sonolência gostosa, e então a gente ia para auma rede branquinha tirar uma soneca. Aqueles almoços que incluiam, sem dúvida, uma gostosa sobremesa, quase sempre goiabada cascão, salada de frutas ou o tradicional pudim que a mãe da gente fazia, e depois se tomava um cálice de licor de jenipapo e um cafezinho torrado em casa. Sem falar nas bebidas, especialmente a cachacianha.

Não riam, hermanas e hermanos, mas este véio caduco às vezes sonha com os almoços de antigamente, e quando acorda sente na boca o sabor da comida. Juro. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 13/11/2018
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