Vamos nos afastando lentamente

Gosto muito de uma fábula que conta que durante a era glacial os animais morriam de frio. Os porcos_ espinho resolveram se juntar em grupos para se agasalharem e se protegerem mutuamente ,porém os espinhos de cada um começaram a ferir os mais próximos, justamente aqueles que ofereciam maior calor . Por isso resolveram se afastar uns dos uns dos outros e começaram a morrer congelados. Então tiveram que fazer uma escolha : ou suportava os espinhos uns dos outros ou desapareceriam da terra.

Aprendo com essa fábula que vivemos a era glacial ,a quantidade de pessoas que morrem, interiormente falando, precisando de calor humano é alarmante ,mas as nossas imperfeições faz com que nos afastemos lentamente.

Quantos abraços escondidos, quantos beijos guardados, quantos palavras sufocadas!!

Quantos eu te amo para um filho no momento de ira foram substituídos por um “ Você

é um irresponsável, desorganizado e preguiçoso.”

Quantos abraços foram ignorados a um chefe, pelo fato de achar que aquele gesto poderia parecer a outros bajulação ou “puxa saquismo”.

Quantos elogios que prendemos dentro de nós a um colega, que desenvolveu um projeto brilhante , por achar que ele poderá se envaidecer.

Quantos comentários nas redes sociais deixamos de postar por preguiça de escrever ,por ciúme, inveja daquele nosso amigo que tem um talento especial para uma determinada área.

Quantos gestos de carinho a pessoas do sexo oposto deixamos de externar por medo de sermos mal interpretados.

Quantos jantares em nossa casa ficam para outro dia ,por medo de abrirmos a porta de nossa casa e de nosso coração a pessoas que acreditamos que um dia possam nos trair.

Quantas opiniões proveitosas deixamos de emitir por medo de sermos julgados negativamente por elas.

Quantos atitudes de solidariedade deixamos de ter por medo de não sermos compreendidos .

Quantas oportunidades perdemos de aproximarmos de pessoas maravilhosas por preconceito com a sua classe social ,sua religião, seus entretenimentos.

Quantas visitas deixamos para amanhã ,desculpando_nos de falta de tempo e esse amanhã pode nunca chegar.

Quantas vezes nos afastamos de pessoas por elas nos confrontarem ,e nos recusamos a repensar as atitudes e perdemos a chance de crescer e mudar.

Quantas vezes bloqueamos das nossas redes sociais e da nossa vida todos quantos pensam diferente de nós e nos esquecemos que são elas que mais nos enriquecem como ser humano.

E assim vamos nos afastando lentamente ....

Abigail Roha
Enviado por Abigail Roha em 14/11/2018
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