O CHATO

A conversa à mesa na pizzaria era: a Fulana é a pretendente do Sicrano.

-Ah, essa moça eu conheço, amor -Disse à minha esposa.

E o rumo do bate-papo foi para os motivos de não ter dado certo a paquera dos dois colegas enamorados.

-Acho que ela é chata -Eu disse, peremptório.

-Como assim, amor?

-Sei lá, tem tanta gente chata, hoje. E simplesmente digo: ela é chata. Por isso nosso colega não quis ficar com ela.

-Mas você também é chato.

Parei, respirei fundo com o golpe no esôfago, mas não podia perder a compostura.

-Defina chato!

-Sei lá.

-Bem, chato não seria alguém que é encanado com tudo, cismado? -Eu disse.

-É, talvez sim.

Então foi assim que terminou minha conversa.

Em seguida, minha esposa inventou algo como tirar uma foto com a amiga e lá ficou conversando.

Isolado, num canto da grande mesa, reflito: acho que preciso rever meus conceitos. E aquela coisa de quem, quando, como, onde, por quê e para quê?

Alexandre Scarpa
Enviado por Alexandre Scarpa em 28/11/2018
Reeditado em 28/11/2018
Código do texto: T6513706
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