"CONTATOS" DO SÉCULO 30 !

"CONTATOS" DO SÉCULO 30 !

"Vamos juntos, vamos... / pra frente,

Brasil / do meu coração (...)"

(trecho de canção de 1970)

Com o objetivo de publicar futuramente 1 livreto de CORDEL e variada poesia (via "crowdfunding") dei início à procura de orçamento em gráficas e editoras de Belém. Na terça=feira passada (27/11) liguei várias vezes para o número da IOE, a Imprensa Oficial do Pará. Consegui contato após 3 ou 4 ligações... queria o email do setor gráfico, para solicitar-lhes um Orçamento. A telefonista não sabia mas pediu-me para aguardar. E "tome musiquinha" e nada de alguém atender. Desliguei !

Nova tentativa minutos depois e um diálogo "futurista":

-- Ah, é o senhor de novo ?! Ninguém lhe atendeu ?

-- Não, querida... só quero o email da Imprensa Oficial !

-- Um momento, vou passar ao responsável !

-- Pode falar, companheiro ! (Seria êle petista ?)

-- Preciso do email aí da Gráfica, para um Orçamento ! O sr. pode me informar ?

-- Ah, isso não é aqui... vou lhe "enviar" pra Loja ! (Mais musiquinha e... nada !) Atende a loja:

-- Amigo, eu quero apenas o email da IOE para pedir orçamento para editar 300 livretos... alguém aí sabe ?

-- Isso é com a Zelda, lá na gráfica, vou "repassar" !

Enfim, falo com a tal Selda ou Zelda... foram 5:28 minutos de telefonema e quase 10 "paus" em créditos gastos. Até segunda-feira, 3/dezembro, 9 e meia da manhã, tenho a resposta dela com MAIS 4 TELEFONES e outras 3 pessoas à minha disposição... quanto ao Orçamento, nem 1 palavra !

Por falar em "contatos", um sobrinho no Nordeste "encasquetou" com a idéia de me conseguir "benefício" do INSS, é, esse mesmo que -- poe esses dias -- cancelou aqui (ou irá fazê-lo) mais de CEM MIL "bolsas-família. Vai daí, me liga com frequência para saber como estou "me saindo" nesse "calvário" para conseguí-lo. Justo eu que tenho horror de multidões, pavor de andar em ônibus superlotado ou em pedir o que quer que seja ! Saí de casa às 5 da manhã, peguei o microlotação às 5,40 hs e estava lá no CadÚnico por volta das 6,20 hs desta quarta-feira, 28/nov pp. Levei um susto... "na vez passada" (epa!, em 7/11) a fila de idosos tinha 15, 20 pessoas e, para meu tipo de requerimento, fui o terceiro. Às 9 e meia estava de volta ao lar, leve e sorridente ! Crendo que desta vez seria igual nem tomei café, fico "com dor de barriga" quando estou nervoso... triste decisão !

Na tal fila de "prioridade" umas 80, talvez 90 almas resignadas (menos eu !) e "discussões" animadas de que Bolsonaro -- que nunca ligou pra povo! -- vem pra RESOLVER todos os problemas da Nação. Eram apenas 6 e meia... até que as portas do tal CadÚnico abrissem, antes das 8 hs felizmente, teria uns 300 "humilhados" -- não acho outro termo -- jovens mães com bebê no colo, crianças de 3 a 5 anos, deficientes, cegos, gestantes... todos a balançar papéis no rosto da única funcionária da portaria, paciência franciscana, medalha de ouro em atendimento, distribuindo fichas. A tal "prioridade" foi pro brejo... só valia a senha !

E entrava gente, parecia a procissão do Círio ! Encheu-se o salão interno, fomos alocados em meia varanda, coberta, mas o calor era bem incômodo ! Na fila dos idosos esgotaram-se as 100 fichas e passaram a anotar no próprio "papel" do visitante... mais 30 e tantos, a fila "enrolando-se" sobre si mesma ! Para aumentar o "inferno", no pátio-garagem ao lado 2 energúmenos com marretas resolveram desmontar 1 carrinho de lanches de latão e ferro. E haja martelar ! As "chamadas" da funcionária não eram ouvidas... e os brutamontes martelando !

Com uma "gastrite" de 30 anos que "alimento" como rato de laboratório, a cada hora e meia, comecei a passar ma! ! Uma jovem mãe me deu os biscoitos do filho, 1 idosa me trouxe 2 belos pasteizinhos, "manjar dos deuses" na situação em que me encontrava. Por volta das 11 horas, nossa fila não andara 5 metros ! Liguei pro mano, celular gentilmente cedido pela jovem mãe:

-- "Te "vira", faça o almoço ou a gente não come hoje"!

Saí por volta do meio-dia, tudo isso para... para quê mesmo ? Pegar 1 folha de papel que traz meu nome, a renda familiar e o endereço, ANOTADO ERRADO pela funcionária da entrevista em 7/11 -- mesmo com a conta d'água e eu informando -- além do CEP, este de 30 anos atrás, quando o bairro ainda se chamava Coqueiro e não Cidade Nova.

Os tais CRAS e esse CadÚnico -- extensão deles -- tratam de "mil coisas" diferentes... as agências do INSS no país inteiro deveriam chamar para si ao menos a questão das aposentadorias e dos tais BPCs. Outra coisa: acabe-se com a exigência de título de eleitor para outra atividade que não seja VOTAR ! Um velhinho ao meu lado estava tirando "Carteira de Meia Passagem" e lá estava a exigência de comprovante DE VOTAÇÃO. Outra aberração é ter que, no fim da vida, tirar CTPS só para satisfazer a burocracia do INSS. É uma despesa inútil pra Nação, já que o velho NÃO VAI mais trabalhar -- aliás, NEM PODE, senão perde o benefício -- e mais 1 "calvário" para o idoso.

Por fim, um comentário: a funcionária do CadÚnico me alertava que minhas declarações ao INSS (em 27/dez. próximo) deverão ser as mesmas que afirmei a ela em 7/11 passado, 50 DIAS antes. Santo Deus, preciso de 10 segundos para esquecer qualquer coisa e, agora, vou passar por FALSO ou mentiroso se não lembrar exatamente o que disse. E se minha situação financeira mudar ? Me calo, repetindo o que falei anteriormente ? (*1)

Triste país onde temos que suportar essa balbúrdia insana, no qual um papelucho ridículo poderia ser tirado via Internet, mas preferem sacrificar o povo. No site oficial da entidade (meu.inss) não se consegue CONTACTAR ninguém, não há email para envio de sugestões (ou queixas) e tudo segue "no melhor dos Mundos". Não consigo entender como se fala EM FUTURO nesse país... para onde me viro só vejo retrocesso !

CONTRIBUÍ 9 ANOS e meio ao INSS (entre 1969 e 1982) e corro o risco de um "barnabé" qualquer decidir que não tenho direito ao BPC porque minhas declarações "não conferem"... "ora, me comprem 1 bode", diriam aqui no Pará !

"NATO" AZEVEDO (Ananindeua, PA, 1/dez. 2018)

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OBS: (*1) Tem que VALER O ESCRITO, o idoso não pode ser tratado como um GOLPISTA ! No meu caso, enquanto reciclador (catador", para o INSS), nenhum dia é igual, nenhum mês se repete em matéria de ganho ou RENDA... e os "concorrentes" só aumentam, nessa Nação de miseráveis. Não relevar um ESQUECIMENTO ou confusão nesta fase da Vida é CRUEL !