G20: meus amigos reunidos...

Vocês são meus amigos? Não sei... Mas deveriam ser! Vocês, governantes dos vinte países mais ricos, decidem sobre a qualidade de vida e o futuro de todos nós. Tem todo o nosso dinheiro em suas mãos... Quer dizer, estão com a faca e o queijo na mão. Nossas vidas dependem de vocês. Por que nem sempre vocês nos olham com olhos amistosos? Respondam!

É... são interesses num fluxo que cruza o caminho para que vocês cheguem até nós sem semáforo que o faça parar... E o tempo vai passando... chega até a fazer aniversário! E nós, na espera... Aí a pressão aumenta! E vocês se reúnem de novo. Para nos engambelar, enganar? Para bater mais uma foto? Ou para resolver de vez nossos problemas?

Sabemos que o G20 foi criado em 2008 para regular os mercados financeiros internacionais. Este objetivo, todavia, ainda não foi alcançado. E, de lá para cá, aumentaram o isolacionismo, o nacionalismo e o protecionismo de muitas nações participantes, fazendo com que os governantes entrem nas reuniões na defensiva ou mais egocêntricos – “meu país primeiro!”

Regendo a maluquice desconstrutiva reinante, está Donald Trump. Angariando cada vez mais adeptos: quer derrubar a ordem vigente, fazendo com que a bússula do mundo aponte na sua direção. O resto do mundo... ou não existe, ou é um campo para manter subjugado e dominado. Ajuda, aliança, amizade, diálogo e compromisso deixaram de constar no seu dicionário. E o presente e o futuro apresentam-se mais inseguros e instáveis...

Vladimir Putin, batendo cruelmente na Ucrânia em nova frente já está há 18 anos no poder. Prende adversários ou os faz desaparecer (na China, a tática é a mesma...). As investigações existem, mas nunca chegam aos resultados.

Nesses tempos, assume destaque na vitrine da crueldade o príncipe saudita Mohamed Bin Salmán que não conseguiu fazer com que passasse despercebido o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi no consulado saudita de Instambul, Turquia.

A guerra comercial entre Estados Unidos e China já freou o crescimento econômico mundial. Donald Trump e Xi Jinping jantaram juntos Sábado à noite e resolveram estabelecer uma trégua para avaliar danos e perspectivas.

A Argentina, país anfitrião, encontra-se em profunda crise econômica com uma inflação de 32%, dependente até o pescoço do Fundo Monetário Internacional, do qual recebeu, como empréstimo, 57 bilhões de dólares. O custo do G20 foi de duzentos milhões de dólares. Se “reunião” significa também solidariedade, fica a pergunta: Ao apadrinhar este evento, que mudanças efetivas e positivas acarretarão para a Argentina?

Nossos caminhos parecem não ser os melhores... Existe luz no fundo desse túnel? Ou estamos num “beco sem saída” de novo?

Subamos no tapete voador da fé e peguemos uma carona com o salmista:

“Ensina-nos a contar nossos anos para que tenhamos um coração sensato! Volta-te, Javé! Até quando? Tem compaixão dos teus servos! Sacia-nos com o teu amor pela manhã e nossa vida será júbilo e alegria. Alegra-nos pelos anos que nos castigaste, pelos anos que sofremos desgraças. Que teus servos vejam a tua obra e os filhos deles o teu esplendor! Que a bondade do Senhor venha sobre nós e confirme a obra de nossas mãos!” (Sl 90, 12-17)