Braga e o Recife de 1936

Hoje a tarde vou dar um pulo a Caruaru, a capital do Agreste Pernambucano, a terra da querida hermana Isolda Cabral. Vou visitar um amigo. Adoro Caruaru. É uma cidade arretada. Mas vamos ao assunto desta maltraçada.

Para mim um dos maiores escritores do Brasil, em todos os tempos, foi Rubem Braga. Detalhe: ele só escreveu crônicas. Essa opinião não é só minha mas de grandes críticos da literatura. É pena que os colégios não divulguem o grande cronista, ele raramente aparce nos livros escolares, no currículo, nos vestibulares... Acho que além de ingratidão, é também ignorância.

Ler as crôncas de Rubem Braga faz bem ao espírito, obriga a pensar e faz gpostar da literatura.

As crônicas dele eram - e ainda são - biscoito fino. empre releio algumas dessas crônicas e fico extasiado com o seu estilo, linguagem, telurismo rretado, ternura, cnhecimento e capacidade de escrever com exatidão sobre a condição humana.

Braga morou no Recife, dirigiu o jornl "Folha do Povo", dos socialistas, no tempo que Pernambuco tinha jornal de oposição.Das crônicas que escreveu para esse jornal, uma foi justamente sobre o Recife, em 1936. E 823 anos depois continua atual. Vou transcrever um trecho dessa crônica:

"Recife, linda Recife, tome cuidado: 250 mil pessoas vivem morrendo em seus mocambos. O homem do mocambo não pode dormir porque a mulher está doente, o menino está com febre, a chuva está caindo dentro da cama do mocambo. Recife, linda Recife, da linda praia, das lindas fontes, dos coqueiros lindos, Recife, linda Recife, tome cuidado que você se estrepa".

O cronista tinha razão, só piorou, imaginem se ela visse hoje a linda Recife, as multidões de miseráveis vivendo em alagados, mocambos, no alto dos morros com seus deslizamentos, a iséria cercado a cidade... Ah, Recife. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 04/12/2018
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