Necessário e necessidade

Por estes dias refletia sobre a urgente necessidade, para mim, de escrever. Sim, não basta a escrita como um exercício de liberação de sentimentos, para logo depois rasgar o papel, ou queimá-lo; eu digo da escrita como uma afirmação de minha pessoa neste mundo. Conferi algumas coisas e já há um ano não publicava nada que não fosse comentários em redes sociais e a tentativa de um blog para falar de questões da saúde mental, tendo em vista a minha convivência com a Depressão.

Veio à mente o fato de assumirmos nossos papéis no mundo, desde o de profissional - e seus cargos - passando pela "vocação" paterna e a vida matrimonial. Enfim, a vida vai exigindo da gente alguns posturas, e percebemos atarefados, cansados... criando prioridades. A minha saúde também exigiu de mim uma dedicação, e encontrei na atividade física uma forma de criar um novo estilo de vida onde ela entraria com muita força, dando também, é claro, novo gás para a minha existência, pois é sabido que a prática regular leva a benefícios para todo o corpo.

Mas enfim, a questão da escrita surge para mim como uma atividade de extrema necessidade. Diferente daquela visão do "faço o necessário". Percebo que hoje existem pilares para uma vida de qualidade, identifiquei a alimentação, a atividade física e a espiritualidade (englobando o amor). Mas percebo que isto tudo não é completo se não houver a escrita, a manifestação. Pouco importa eu me alimentar bem e correr, fazer a minha musculação diária, pois a materialização disto - um corpo mais forte e esteticamente mais bonito - não é o que enxergo; eu preciso transmitir estes benefícios. Assim também vale para a espiritualidade - que não significa falar de Deus.

Mesmo que minha produção publicada continue reduzida, é na escrita que pareço expulsar algumas toxinas da alma.