REPUBLICAÇÃO: O Naufrágio do Avahy

BOA NOITE MEUS 23 FIEIS LEITORES E DEMAIS 36 DE QUANDO EM VEZ. AINDA FORA DA ATIVA, REPUBLICO UMA CRÔNICA PARA VOCÊS, DE 05 DE ABRIL DE 2013, APROVEITANDO A MESMA TEMÁTICA DO VERÃO.

ESSA É A MINHA TERCEIRA MAIS LIGA, COM 600 ACESSOS. POUCA COISA PARA OS PADRÕES DA INTERNET, MAS UM OCEANO PARA ESTE BACAMARTE QUE SE SATISFAZ COM SEUS 59 LEITORES, ENTRE FIXOS E OCASIONAIS. JÁ DISSE QUE, SE METADE DELES ME DESSE 110 REAIS POR MÊS, PODERIA VIVER DA LITERATURA, LOGO, NÃO SE DESPREZE POUCOS NÚMEROS, POIS O QUE IMPORTA É QUEM ESTÁ CONTIGO, ASSIM COMO UM PAI QUE A UM FILHO SUSTENTA.

ENTÃO TÁ, ATÉ QUANDO EU TIVER CONDIÇÕES DE VOLTAR A ESCREVER AO VIVO ÀS SEXTAS-FEIRAS. ENQUANTO ISSO NÃO CHEGA, REPUBLICAREI ALGUNS TEXTOS PARA VOCÊS.

UM BEIJO SINCERO NO CORAÇÃO DE TODOS VOCÊS.

O naufrágio do Avahy

Olá meus caros 23 fiéis leitores e 35 visitantes de vez por outra, mas muito bem recebidos aqui.

Hoje resolvi contar uma história para vocês que ouvi durante o veraneio. Eu ia colocá-la nas Crônicas de Praia, mas como estava mais para conto, deixei pra lá. Vamos a ela.

No restaurante Souza, às margens do Mampituba, em Torres, Rio Grande do Sul, fotos adornam a parede do estabelecimento. Imagens do naufrágio do navio cargueiro Avahy, ocorrido em 15 de março de 1960. Dentre as fotografias, uma reprodução do jornal Folha da Manhã, de 17 de março daquele ano, dando uma chamada sobre o fato na capa, com uma foto enorme do navio encostado nas pedras da Ilha dos Lobos, que fica a mais ou menos dois quilômetros da praia, próxima aos molhes do rio Mampituba.

Outras fotos mostram moradores de Torres levando turistas para verem o navio, já partido ao meio sobre as pedras da Ilha, em um barco a remo, durante o verão de 1961 e, também, no mesmo dia, os turistas junto aos destroços, fazendo pose.

O barco a remo partia do Mampituba e seguia pelo que é hoje o “braço-morto” do rio, na cidade catarinense de Passo de Torres, e que, à época, antes da construção dos molhes nos anos 1970, era a conexão do rio com o mar. Devia ser uma pequena aventura isso, mas uma pequena aventura bem interessante de se realizar.

Depois, com a construção dos molhes e a abertura da atual saída para o oceano junto aos dois faróis, um do lado de Torres e outro junto a Passo de Torres, a areia foi tapando a outra saída e, hoje, a mesma não mais existe e, assim, a trecho virou o “braço-morto”.

Os destroços do navio partido não se encontram mais sobre as pedras da Ilha dos Lobos, o Atlântico os levou para o fundo, devido aos dias de "mar grosso", com o passar dos anos, o que terminou com esse lazer histórico. Mas é fácil encontrar na Internet imagens de quando eles ainda estavam lá.

Quem me contou tudo foi o filho do dono do restaurante, atual proprietário. Se forem a Torres, vão lá, comam alguma coisa, olhem as fotos e peçam pra ele contar essa história. É legal.

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Deixo também mais algumas informações, tiradas do site do jornal torrense A Folha, para ilustrar o episódio:

NAUFRÁGIOS - Coluna de Roni Dalpiaz - Diário de Bo

Dom, 08 de Abril de 2012 18:03

"Conversando com amigos, jovens há mais tempo que eu, fui lembrado do episódio do naufrágio do cargueiro Avahy nos recifes da Ilha dos Lobos. Recordavam-nos das latas de pêssego em calda, com ou sem caroço (podiam escolher) que aportavam na costa da praia grande. Também se lembraram dos fardos de lãs que para serem aproveitados ficavam dias a secar ao sol. Ah, tinha também as latas de azeite que, dizem, sustentaram por anos as fritadas de peixe de muitos torrenses e vizinhos do Passo de Torres.

Eu lembro apenas dos destroços do cargueiro que da praia se via e que com o passar dos anos foi desaparecendo até se despedaçar por completo.

O Avahy, segundo o historiador Roberto Venturella, cargueiro nacional pertencente à empresa de cabotagem Transmar, navegava de Rio Grande a Santos. Confirmando a informação popular, o navio levava lã, óleo de soja e de linhaça e outras mercadorias. A tripulação foi salva graças aos pescadores da região."

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Era isso pessoal. Toda sexta, final de tarde, estarei aqui no RL com uma nova crônica. Abraço a todos.

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Antônio Bacamarte
Enviado por Antônio Bacamarte em 16/02/2019
Reeditado em 16/02/2019
Código do texto: T6576750
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