Terça-feira
 
Terça-feira de carnaval, os meteorologistas acertaram na previsão, amanheceu chovendo, fiquei aliviado por que até então a chuva tinha poupado os foliões.
Dentro da casa o povo em polvoroso, ansiosos pelo cessar da chuva para que pudessem desfrutar da praia. Olho para as quitinetes, as pessoas alegres e sorridentes, aproveitando aquele momento para colocarem a prosa em dia. Na varanda do casarão, ali estava eu diante daquela oportunidade deslumbrando a natureza. A chuva em qualquer situação é uma benção, se por algum motivo temos alagamentos, transbordamentos, aterramentos, é por que o homem não tem dado à natureza a sua devida importância.
Então curto aquele instante, sentindo aquele orvalho que refresca a minha face. A impressão que tenho, que vejo as plantas sorrindo, alegres, saltitantes, cheias de gratidão por aquele líquido tão precioso, no qual são banhadas. Os pássaros saem em disparada a procura de abrigo, no chão dispersando vai a quirela.
Na casa, um grito de alegria, tenho a sensação que Deus vendo a agitação do povo, compadeceu-se deles, enviando o sol que eles tanto esperavam. Onde havia chuvas deu lugar a um dia cheio de sol e radiante, e num piscar de olhos o vazio enchia todo aquele recinto, agora estava eu sozinho, com a minha solidão, apreciando os canários que se banhavam na água que do ladrão escorria.
Agora o crepúsculo se aproximava, e lá vinha a turma toda eufórica, com seus corpos bronzeados atrás de banho e refúgio. Depois de cinco dias, acostumado estava com essa rotina, sabendo eu que no outro dia seria quarta-feira, assertivamente ficará um grande vazio e as cinzas.

 
Simplesmente Gilson
Enviado por Simplesmente Gilson em 07/03/2019
Reeditado em 07/03/2019
Código do texto: T6591463
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