Direitos de autor III

'Língua na língua'

Fui incomodado por escrever os versos que hoje vou publicar, numa situação que tornarei pública para todos que aqui vierem ler (estou a dar tempo ao tempo)... De qualquer modo, para quem acompanha o que escrevo e julgo ser a maioria das mais de duas dezenas de amigos (gosto de assim os/as considerar) que diariamente me visitam, estes versos fazem parte da minha última declamação e dum poema já publicado há dias. Aqui os deixo. Deles fazendo um poema individualizado; em vez de um, dois títulos lhe dou, formando uma «estância titular» :)

LÍNGUA NA LÍNGUA

BEBIDA DEVAGAR

'... bebida de_vagar'

crescendo a cada golo

em batimentos síncopados

alivia com o prazer que alia

na breve carência onde verso

uma rima feita sem pressa

passeando como Língua

no veludo da sensibilidade

onde ela toca o interior

aí se fazendo colorida

poesia para poisar leve

profundamente pura

água saindo a nascente

ao fresco momento

duma leitura

é risco...

a Língua na língua

vem para ser fala

dizer e seu sentir

Espero que gostem, eu gosto. Apre_cio!... o crescer dos versos in_verso ao beber duma bebida que não seja, como esta, espiritual: vão enchendo o co®po. Até a «breve carência» eles ultrapassam, enchendo metafórico copo que é o corpo onde são servidos, para uso e abuso, consumo da Língua para a língua, onde acabei por ir dar forma viva à metamorfose do último verso: «dizer e seu sentir». Deixo o que fica, sem mais comentários.

Francisco Coimbra
Enviado por Francisco Coimbra em 19/09/2007
Reeditado em 19/09/2007
Código do texto: T659667