AUTOCRÍTICA

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Sexta-feira, 19 de Abril de 2019

Hoje, Sexta-Feira Santa, um dia muito representativo para os católicos. Também para os evangélicos. Mas para quem possui idade sexagenária, como esse autor, sabe muito bem que muita coisa mudou, no mundo e na vida, nessas últimas décadas. Principalmente com o que diz respeito à religião.

Lembro bem, quando garoto/rapaz, a celebração desse dia. Era considerada uma data sagrada, seja lá o que isso queira dizer, mas todos o sabem. E os costumes eram muito diferentes dos de hoje. As práticas idem.

O jejum era observado por muitos. Também as práticas alimentares. O consumo de carne, por exemplo, era inaceitável. E isso era seguido com rigor.

Também as emissoras de televisão e as rádios não colocavam suas programações normais no ar. As músicas era todas instrumentais e seguindo a linha clássica.

As igrejas eram fechadas. Todas as imagens em seu interior eram cobertas. Também o traje das pessoas obedecia um certo rigor. Nos moldes e nas cores.

No entanto, com a passagem e o avanço dos tempos, as modificações se deram de uma forma quase que radical ao que acontecia antes. Praticamente todos as ações e costumes observados anteriormente já não são nem obedecidos e nem seguidos. Mas o quê e por quê tudo isso mudou?

Se fosse opinar a respeito, diria que a essência da verdade ficou, sim, prejudicada. Não é possível que tudo o que vinha sendo divulgado, mostrado e seguido, seja autêntico. Alguma coisa está e é suspeita nisso tudo.

Se não, vejamos: será que as pessoas acreditam mesmo nesse Deus que pregam? Será que possuem temor a ele, mesmo? E por quê então desrespeitam suas premissas e regras?

Eis a questão, eu diria. E por isso não tenho e nem sigo nenhuma religião. Porque também não acredito nelas. Conseguiram mudar as coisas de uma forma absoluta, onde não se observa, por exemplo, que não há como harmonizar o espiritual com o material. E hoje em dia, quase todos os que se dizem religiosos possuem a preocupação maior com o último quesito dos dois.

Observa-se nas práticas religiosas, dos evangélicos mais acentuadamente, uma fixação pela posse material. O dinheiro, os bens patrimoniais, e mais alguns deles. E isso afronta toda e qualquer tese religiosa. Seja de que religião pertença.

A fraternidade, o amor ao próximo, a cooperação, a generosidade, tudo isso ficou esquecido. E nem se precisa ser e/ou ter grandes capacidades para se perceber tais mudanças. Basta, simplesmente, uma observação ao que se dá nesse nosso cotidiano de vida. A começar pela violência urbana, que atinge a tudo e a todos, sem nenhuma distinção.

Então, só cabe um exercício à humanidade: a autocrítica.

Aloisio Rocha de Almeida
Enviado por Aloisio Rocha de Almeida em 19/04/2019
Reeditado em 20/04/2019
Código do texto: T6627077
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