TRÂNSITO.

Estamos na Semana do Trânsito. E infelizmente as estatísticas mostram que o índice de violência no trânsito brasileiro é altíssimo.

Foi justamente devido a um comportamento inconseqüente e irresponsável de um motorista, que, ainda criança, Bárbara se viu privada da convivência de uma pessoa que até hoje, trinta e cinco anos depois ela continua a amar e sentir profundamente a sua falta.

Seu pai - que era um ser humano espetacular, muito trabalhador e extremamente afetuoso com os filhos - sempre dirigiu de uma maneira completamente irresponsável.

Ele faleceu em um estúpido e totalmente evitável acidente de carro, quando retornava de uma viagem de cento e oitenta quilômetros, e quando faltavam apenas dez para chegar em casa. Em alta velocidade, numa ultrapassagem irresponsável em uma curva, se viu de frente com um caminhão e a batida foi inevitável, violenta e fatal. O carro que ele dirigia capotou várias vezes.

Naquela curva ficaram todos os sonhos e planos de vida que ele tinha. Ficou a vida do pai da Bárbara.

Acontecimentos no trânsito são assim mesmo, você tem comportamentos inconseqüentes e faz manobras irresponsáveis um milhão de vezes, e se “dá bem”, mas até que um dia, acontece o que costumam chamar de acidente, mas que pela lógica pode-se considerar completamente previsível e, portanto evitável.

Acidentes são acontecimentos imprevisíveis e inesperados, mas no trânsito, na maioria das vezes, o que acontece é resultado da opção de se correr riscos, de colocar outras pessoas em risco, de imperícia e da ridícula crença de muitos motoristas de que são invulneráveis.

O veículo automotor pode ser excelente quando guiado de forma responsável como meio de transporte, pois pode lhe proporcionar conforto, lhe levar a lugares e ao encontro de pessoas.

Pode lhe facilitar a vida, mas por outro, quando usado como brinquedo, ou ainda, agressivamente, se torna uma arma, causa transtornos, tristeza, dor e lhe afasta daqueles lugares e daquelas pessoas com as quais você iria se encontrar.

Podem tirar sua vida, ou acabar com a sua possibilidade de viver, quando você atinge outras pessoas.

A perda de alguém vítima do trânsito é extremamente dolorosa. Sempre ficamos com a sensação de que podia ser evitado.

Acidentes de trânsito, na maioria das vezes, são violentos, machucam, matam, mas infelizmente, a onipotência e imaturidade de muitos motoristas os fazem se esquecer disso e eles preferem “brincar” e desafiar.

Mesmo diante de tantas notícias que nos chegam todos os dias de acidentes horríveis, muitos deles fatais, causados pela insensatez no trânsito, pela irresponsabilidade, pelo uso inadequado dos veículos, alguns motoristas insistem em aumentar estes números macabros e causadores de tanto sofrimento, acarretando conseqüências desagradáveis para eles e para pessoas que são atingidas direta ou indiretamente pela inconseqüência.

Sinceramente, quando ouço uma freada brusca (aliás, cada vez mais freqüente), quando levo uma fechada no trânsito, ou quando vejo a maneira impulsiva e sem perícia, cada vez mais comum em tantos motoristas, eu chego a me entristecer, pois considero que são formas equivocadas de “sentir a adrenalina” (como virou moda dizer), de buscar prazer.

Na verdade, estas são maneiras de arriscar a própria vida e de colocar em risco a vida de outras pessoas. Existem inúmeras outras formas de se ter prazer. E continuar vivo! E permitir que outras pessoas também continuem!

Francisquini
Enviado por Francisquini em 22/09/2007
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