PAR OU ÍMPAR

Demétrio Sena, Magé – RJ.

Quando a fila se formava para voltarmos à sala de aula, dois aluninhos empacaram, encrencando entre si. Ambos queriam ser o primeiro da fila. Parecia importante para eles. Olhei-os fixamente com cara de bravo, à espera de uma explicação.

- Professor, eu estava na frente, mas ele me passou! Eu não vou aceitar!

- Não, professor; quem estava na frente não era ele. Juro que cheguei primeiro!

Não havia como saber quem estava certo. Se é que existia o certo em uma questão banal como aquela. Resolvi usar uma estratégia que julguei inteligente.

- Muito bem; não sei quem diz a verdade. Vamos resolver no par ou ímpar, quem fica na frente.

No exato momento, iniciou-se um burburinho entre outra turminha que também voltava do recreio. Justo nesse momento, meus meninos iniciaram mais um conflito em razão de minha tentativa de resolver o conflito inicial.

- Tá bom, eu sou par!

- Não! Quem é par sou eu!

- Professor, eu disse primeiro que sou par! Ele é ímpar!

Aquilo estava ficando interminável. Virando questão insolúvel. Mas não tinha jeito; eu realmente não atentara sobre quem era o par, pois nem havia como passar pela minha cabeça que o par ou ímpar também se tornaria um problema.

- Calma; calma. Vamos fazer o seguinte: Agora vou ficar bem atento, e antes de resolvermos no par ou ímpar quem será o primeiro da fila, vamos fazer um par ou ímpar para decidir quem é par e quem é ímpar.

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 30/05/2019
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