O TEMPO

Eu não acreditava num tempo que viria

E vivia um tempo que era só o presente

Criança ainda, o mundo era um sonho

E até a morte uma simples despedida

Para um reencontro dias depois.

Quando conheci o tempo ele me pareceu

Um jovem serelepe que corria na frente do

Vento nas tardes em que eu jogava bola nos

Gramados no sítio dos meus avôs

Ele amarelava as goiabas, as tangerinas

E também os meus sentimentos

Que foram criando doçuras e amarguras

Numa fase de crescimento.

O amor quando cresce em nosso peito

Parece por vezes a única

Barreira intransponível para o tempo

Fazendo dele um simples detalhe

Estranho este tempo

Que a noite é um velho alquebrado pelas recordações

Que reclama do frio e das subidas íngremes do dia que passou.

Quando amanhece um novo dia, sorri

Feito um garoto

Abre os braços e

Corre veloz rumo à tarde

O tempo é um carregador de fardos

É médico, psicanalista, contador de histórias

Muitas feridas seriam curadas por ele

E muitas mentiras se tornariam verdades

E Verdades perderiam o sentido

Difícil imaginar que os sonhos

Viajariam no tempo e sobreviveriam a ele

Que ele me traria o aprendizado que nunca aprendi nas escolas

A principal como um sábio ele me deu mais de si mesmo

Para eu conhecer mais a mim mesmo

Ficamos perplexos quando conhecemos o tempo mais amiúde

Que ele como nós adormece, pelos encantos do passado

E o futuro pode ser tornar um simples despertar de um sonho

Assim nós somos o próprio tempo

Em nossas faces cicatrizes revelam as dificuldades

De nosso corpo cruzar linhas quase inatingíveis

Mas o brilho em nosso olhar revela a jovialidade

Da nossa alma

Por ela devemos agradecer as pessoas que vivem e viveram em nosso tempo.

Que nos agregam e agregaram valores, sentimentos, verdadeiras amizades.

A vida deve ser vivida e apreendida pelo AMOR

A melhor forma em que se eterniza

O homem no tempo de Deus.

Robertson
Enviado por Robertson em 05/06/2019
Reeditado em 06/01/2020
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