SAUDADE

Nesta madrugada estou sendo assaltado por três poderosos tentáculos de saudade. A primeira, talvez nem precisasse explicitar, é da minha cadelinha BABY, que irei rever na clínica amanhã depois do almoço, ao invés de sesta habitual. À míngua de informações técnicas positivas, vejo-me agora em plena filtragem de impressão de que ela, saudável e guerreira, ainda voltará ao meu aconchego. O segundo tentáculo diz respeito ao velho e antigo INVERNO, tão lembrado, desejado e cada vez mais escasso. Cansei de bermuda e chinelo de dedo, de ventilador de teto a mil e até eventualmente de ar condicionado. Na minha fantasia, vendo o apartamento de Gramado e compro uma cabana na Patagônia. Vocês recordam bem do inverno, não? Lareira com o fogo crepitando nas achas de lenha e gravetos, pinhão, fondue de queijo, pelegos, cachorrinhos ao lado e amigos à volta. O terceiro tentáculo é de coisa que ainda não consegui juntar completamente e que tem relação com os anteriores. Reunião da mulher, filhos, nora, genro e netos no apartamento de Gramado, mais vizinhos amigos e os três cachorrinhos, em noite fria, sem chuva, para degustar saborosas pizzas entregues em casa pelo “IL PIACERE”. Lareira sempre a mil, risadas, bom vinho, brincadeiras e bobagens de família. De tudo isto, parece que o mais difícil será a volta do inverno. E dizer que, em 1984, NEVOU em Porto Alegre!