O Brasil de cabeça pra baixo

Estou convicto, no Brasil tudo funciona de modo invertido:

Na segurança pública, bandidos caçam e matam policiais, e não raro temos notícias de policiais executando cidadãos inocentes.

Uma jovem é condenada pelo covarde assassinato de seus pais e tempos depois, na prisão, é estranhamente beneficiada pela saída temporária do Dia das mães.

Nas escolas públicas, onde a indisciplina costuma ser soberana, alunos e jovens delinquentes decidem quando os professores podem ensinar, ou quando devem apanhar.

Um professor (não militante de esquerda) ou um presidente, pode ser esfaqueado a qualquer momento. Mas, logo as redes sociais são congestionadas por gente cheia de ódio, jurando que é tudo uma farsa. Ora, é que no Brasil a vítima vira algoz e o algoz se vitimiza.

Molusco presidiário se autodenomina herói do povo oprimido e juiz que o condenou na primeira instância é chamado de chefe de quadrilha.

Seita de fanáticos disfarçada de partido político diz que luta pela democracia e que presidente eleito é fascista. No entanto, defende com unhas e dentes as ditaduras de Cuba e da Venezuela. Ora, essa gente é de um cinismo sem precedentes! Apenas recordando, cinismo e crime não escolhem lado ou posição na política, pois podem estar à direita, à esquerda ou ao centro. Podem residir tanto na ala dos conservadores, moderados ou liberais.

Os guardiões da Constituição rasgam nossa Carta Magna com a anuência ardilosa do quarteto garantista identificado pela sigla RDGM.

A população mais pobre paga a aposentadoria da parcela dos mais ricos.

O malandro é esperto, arrojado; o honesto é bobo.

As operadoras de planos de saúde costumam cuidar muito bem da nossa saúde. Os problemas ocorrem mesmo é quando elas precisam cuidar da nossa doença, porque gente doente não interessa aos Planos de Saúde.

Sinceramente, acho que os nossos ilustres parlamentares lá de Brasília deveriam criar uma lei instituindo o PLANO NACIONAL DE DOENÇA.

Vejam o meu caso: Se eu estiver com uma dor de garganta, vou rapidamente a um posto de saúde municipal, e depois de esperar 'pacientemente' por umas quatro horas, sou atendido e medicado. Mas, se por infelicidade ou merecimento, eu vier a contrair uma enfermidade grave, certamente _ olha a surpresa aí no contrato _ descobrirei que existe uma cláusula informando que meu Plano não cobre essa doença. Então entro na Justiça a fim de obrigar o Plano de Saúde a pagar a merda _ tô nervoso minha gente _ do meu tratamento e rezo para que a justiça seja feita antes que eu bata as botas.

Com os antigos contos, por meio da oralidade e depois pela escrita, chegou-nos aquela noção de que no final das contas o bem sempre triunfará sobre o mal. Contudo, persiste no Brasil e no mundo uma classe de indivíduos que ainda deseja o mal, que pode ser traduzido aqui como a manutenção de seus privilégios, em detrimento do bem, uma maior igualdade de direitos e deveres entre comunidades e os diversos grupos sociais. Sempre respeitando obviamente certas diferenças culturais entre os povos.

O cerne da questão é que os maus muitas vezes se trajam de pele de cordeiro e os verdadeiros cordeiros são muito mansos, não opondo muita resistência ao mal. Em suma, os que se dizem bons são ainda muito tímidos e receosos na prática do bem.

No Brasil as coisas ainda funcionam de modo invertido, todavia, você e eu podemos colocar tudo em sua devida ordem; corrigir essa lastimável inversão de valores. Certo, não vamos mudar o mundo sozinhos, mas, se cada um fizer a sua parte, quem sabe? E sabe o que é preciso para começar? Vontade, amor ao próximo e a si mesmo, humildade, competência, integridade, trabalho, disciplina, perseverança e muito bom senso e discernimento. Foi?