A AVENTURA PEREGRINA DO POETA (A).

Poetas são seres sensíveis à compreensão extrema do amor, o que lhes dão uma natureza incompatível com esse mundo, eles não se sentem daqui, e reciprocamente não são bem vindos por aqueles que fazem a moral odiosa deste lugar.

Poetas, o que são poetas? o universo se cala ante tal pergunta. Eu só sei que nunca se sentirão a vontade neste planeta, pois são pessoas que o mundo de ódio e de dor rejeita.

Os amores cantados, enaltecidos e retratados nas histórias e nos versos dos poetas são como uma anomalia sistêmica, uma contradição do cotidiano, pois o poeta insiste em enxergar o amor, em acreditar no sentimento, em expor as linguagens da alma.

Os poetas são seres nascidos da natureza dos que se dizem humanos, e isso é paradoxal. Será um erro? Um desvio de conduta do “status quo” que prega a naturalização da maldade e da impiedade sentimental?

Se os poetas sumissem, em um futuro ninguém acreditariam que um dia eles existiram neste mundo; iriam dizer: “- Mentira, não pode - é inconcebível a existência de seres tão maravilhosos e sensíveis ao seu semelhante”.

Poetas não deveriam nascer em um mundo como o nosso, as leis do amor são contrarias a este nascimento, não existem explicações do porquê nascem poetas, talvez nasçam para sentir e transmitir uma só mensagem, a mensagem do amor, mas não há quem os compreenda.

Poetas sofrem, pois são incombináveis com esse mundo, sua máxima compreensão do amor é o resultado do sofrer, pois infelizmente o combustível da criatividade são suas próprias desilusões e decepções, não porque têm uma predisposição ao sofrimento, mais por idealizar tanto o amor que ninguém nesse mundo valoriza.

O coração do poeta não tem ódio, não destila rancores, o coração do poeta expõe sem nenhuma vergonha seus acertos e seus fracassos, humanizam os humanos, exemplificam que ao sofrerem a injustiça e a dor, o coração deve se derramar para perdoar.

Esse mundo regurgita pessoas que transparecem amor, esse mundo não suporta pessoas de amor. Poetas são seres vagantes em uma terra alheia, são ridicularizados nos seus sentimentos por perdoar demais, por amar demais, por sentir o outro demais.

Para Railda Masson

Lililson
Enviado por Lililson em 23/06/2019
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