O ERRADO SEMPRE NOS PARECE ATRAENTE

A gente nem sempre faz tudo o que pensa, mas faz sempre o que tinha que ser feito, e arca com as consequências. O jornalista Fernando Gabeira contou que, na época da ditadura militar, tinha um emprego estável em um grande jornal do Rio e defendeu em um congresso de esquerda na época que a melhor via de luta contra a ditadura militar não era a armada e poucas semanas depois estava na clandestinidade, de armas em punho. Foi preso e depois solto, no episódio da troca de guerrilheiros pelo embaixador americano e acabou no exílio. Voltou com a anistia, enfim, pacifista.

No dia-a-dia também é assim: quantas vezes pensamos em parar de fumar, não atravessar as ruas entre os carros ou parar de comer algo que, deliberadamente, nos faz mal ou engorda, mas logo estamos fazendo tudo de novo – e é claro as consequências disto vêm à galope.

Alguns acham que há mesmo um destino a cumprir, outros que temos em nossas mãos, pés, coração e mente as decisões (certas) da nossa vida e não fazemos isso por uma única razão: somos viciados e amamos os nossos erros, ou o que é errado, e até o oposto do que pensamos.

Com Arjuna, o príncipe hindu, também foi assim. Conta o Bhagavad Gita que ele não queria entrar em uma batalha decisiva, por se identificar com amigos dos dois lados do embate, e Krishina foi contundente: temos que escolher um lado, sempre, embora tenhamos "amigos" dos dois lados. Os "amigos" são as nossas virtudes e vícios, só é preciso decisão consciente e ter a mente desperta 100% para escolher, pois no fundo sempre sabemos o que é certo e o que é errado, mas quem quer o certo?