A matriz

Eu vou lhes contar, ela é magnífica, houve um tempo quando na minha cidade, São Lourenço, com certeza orgulho de Minas Gerais, tinha poucos edifícios, poderia vê-la ao longe, sua torre majestosa aparecia imponente. Algo imperava no ar, um mistério! Sim a nossa igreja matriz, desde os meus tempos de criança a vejo permanentemente quase sem mudanças, aliás perece até que os anos não a envelhece, sua juventude bela e impactante. Lhe deram o nome do inesquecível santo: Igreja Matriz de São Lourenço, ao mesmo tempo é o nome de minha cidade natal, mas em 2016, por decreto do Papa Francisco foi mudado o nome para, Basílica Menor de São Lourenço Mártir, acontece que o povo a conhece mesmo é pelo antigo nome: Igreja Matriz de São Lourenço.

Logo de início quando se entra no portão da igreja, pode-se ver na sua praça uma estátua de bronze de um santo, de estalo todos pensam que é São Lourenço, mas é o também inesquecível São Francisco de Assis. Muitos podem dizer:

--- Ué! Mas não tinha que ser São Lourenço?

--- Não, São Francisco mesmo, os dois santos se dão bem, eles eram a simplicidade em pessoa. Ainda mais que vieram bem no começo foram os padres franciscanos e nada mais natural de colocar o seu fundador logo no começo da praça, uma espécie de boas vindas aos visitantes.

Apesar de que durante décadas os padres franciscanos zelaram pela imponente igreja, agora é os padres seculares que tomam conta dessa Matriz.

Essa igreja Matriz, sua história é eletrizante. Antes dela existir o lugar teve de ser aterrado, caminhões de terra, de pedra iam jogando ali. Eram muitos entulhos parecia que não ia acabar mais tamanha era a quantidade para fazer a possante base para a construção da igreja.

Contava a minha falecida mãe Maria Vitória que foi umas das voluntárias da construção, que um dia nas idas e vindas de terra pra ajudar na base da igreja, um dos trabalhadores foi soterrado no buraco imenso que ainda tinha, os presentes assustados foram tentando tirar a terra que já tinha soterrado o pobre homem completamente. Alguns mais confiantes de que alguma coisa poderia ser feita, foram chamar o vigário, o bom religioso Frei Egídio de Assis. Chegando na casa paroquial, relataram o ocorrido, mais talvez para rezar pela alma do homem que naquelas alturas já havia falecido.

Frei Egídio tinha acabado de celebrar a missa numa outra capelinha que ficava mais distante, mal deu tempo de tirar os paramentos e foi para o local, providenciou a água benta e chegando viu que ainda não haviam retirado a terra do infeliz, ajoelhou, rezou e jogou água benta no local, de repente conseguem retirar o homem que saiu vivinho da silva. Foi minha mãe que contou, mas existem testemunhas que afirmam ter ocorrido.

Entrando na igreja matriz, logo na entrada principal, do lado esquerdo deparamos com uma pintura belíssima, se referindo á Segunda Guerra Mundial, aparecem os pracinhas brasileiros e um dos soldados vendo Nossa Senhora Aparecida, essa pintura tem uma história interessante, a qual eu não conheço para poder relatar, só sei que minha mãe dizia que o soldado que viu a santa era um sacerdote que estava na guerra, mas ainda tem muitas coisas ainda por aí.

Mas a Igreja Matriz é linda. Para acreditar visite São Lourenço para ver.