Eternamente

Novamente ela passando por aqui, por onde vai, carrega consigo chuva, ventania e frio. O jeito é ficar aqui enfurnado na minha alcova, onde aproveito esse tempo para apreciar um bom livro e escrever quando sou visitado por minha querida Inspiração.
Gosto muito desse tempinho de chuva, onde praticamente a única opção é ficar quietinho debaixo do cobertor, estático, sem dar um pio sequer. Diante de acalanto tão gostoso, reminiscências vêm em minha mente, fazendo com que ela vá até o túnel do tempo, no ano de 2003, na cidade de Ferraz de Vasconcelos, em São Paulo.
Nessa época eu estudava no seminário Jovens da Verdade, e fazia ministério na Igreja Batista Nacional, nessa dita cidade. Tem um ditado que diz o seguinte: “A primeira impressão é a que fica”.  Posso vos garantir que em relação ao que aconteceu comigo em Ferraz de Vasconcelos, esse ditado é totalmente contraditório.
Era o primeiro domingo de março, partia de Arujá, onde ficava o seminário, rumando à cidade de Ferraz. Para desenvolver esse trajeto eu teria que passar por Itaquaquecetuba, depois Poá, para finalmente chegar no meu destino.
À medida que a viagem ia desenvolvendo, um certo receio aumentava no meu coração, a minha vontade era de fazer o retorno e voltar para Arujá. Quando estava chegando em Ferraz, mais desanimado eu fiquei, uma vez que a cidade, geograficamente não oferecia nenhum atrativo, era um sobe e desce, até que finalmente eu cheguei no meu destino, na Igreja Batista Nacional.
Até então apenas medo, desânimo e aflição tomava conta do meu coração, todavia ao adentrar por aquela igreja, fui constrangido por algo tão maravilhoso, que se tinha alguma coisa querendo atrapalhar a minha estadia naquela igreja, foi lançada por terra, e a partir de então um grande amor por aquelas vidas, nascia dentro do meu ser.
Durante um ano eu fiquei ali com aqueles irmãos, que sinceramente passou num piscar de olhos. Todo domingo visitávamos uma família diferente, que se revezavam, para nos receberem, e foi assim que tivemos a oportunidade de conhecerem pessoas tão preciosas, algumas entre elas ficaram marcadas para sempre na minha lembrança.
O Beto e a Nice eram bem divertidos, gostávamos muito dessa família. Sempre que íamos almoçar na casa deles, a Nice tinha que fazer o seu delicioso pudim. Eles tinham duas filhas, Jéssica era a mais novinha e Camila era adolescente, tocava teclado na igreja. O Beto era uma pessoa alegre, enquanto as mulheres ficavam lá embaixo preparando o almoço, íamos para o terraço e ali fervíamos na prosa. Era um tempo muito bom, pena que a Hepatite C acabou levando o meu querido Beto, que o Senhor lhe conceda um lugar no paraíso.
Como falar em Ferraz de Vasconcelos, sem mencionar o querido irmão Zé e a sua família. Apesar de ser nordestino, cara de bravo, tinha um coração que não cabia dentro de si, de tão grande era o amor dele pelas almas. Irmã Miriam gostava de louvar ao Senhor com seus cânticos.
Outro sujeito bom, era o Irmão Carlos, a gente sempre discursava pela bíblia, tinha coração de pastor, na época a sua esposa Irmã Carmen estava afastada, problema de Tendinite.
Não podemos esquecer do irmão Sebastião, na ausência do pastor, era ele que tomava conta da igreja, sempre estavam sorridentes e com uma palavra de ânimo para as pessoas. No momento vejo em minha mente seus filhos e a esposa, apesar de ter me esquecido de seus nomes.
Se nesse caso, a primeira impressão da cidade não foi muito boa, quero que saibam, que as outras impressões ficaram eternamente gravadas em minha mente, sendo impossível esquecê-los. Onde quer, que vocês estejam, que o Senhor vos abençoe ricamente com toda sorte de bênçãos espirituais em Cristo Jesus.

 
Simplesmente Gilson
Enviado por Simplesmente Gilson em 05/08/2019
Código do texto: T6713255
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