Deixem meu filho usar black em paz.

A cútis é branca mas não se apressem, parodiando Lamartine Babo " o teu cabelo não nega" branquinho tem coisa aí que é da cor. Quando tá rapado entra no mundo dos brancos, caminha sem medo, sem os olhares desconfiados, sem as revistas de cima abaixo. Mas camaleonico não troca de cor porque, de novo, o velho Lamartine essa não pega, mas quando desponta os cachos de quem descende dos filhos de Zumbi a coisa muda de figura. Entra no seu outro mundo agora Black. Os negros o chamam de mano e a barra, a barra começa a pesar. Os olhares agora desconfiam, a galera da justa, como dizia o velho malandro Kid Morangueira, dá geral de tantos em tantos metros. Agora ele é outro. Vivendo a sua dualidade interracial não se importa com rótulos. Eu pai vou confessar coço a língua para pedir para cortar mas ao mesmo tempo me envergonho. Da minha boca só sai um apelo: "Deixem o meu filho usar o black dele em paz".