Dama da noite...
Ó penada alma! Que triste vagueia pelas ruas
Na noite sombria faz-se embriagada
Grita bem alto, chora, e esperneia nua
Sente-se muito amargurada
O brilho em seus olhos se apagou
Vive a chorar agora acabrunhada
Por tudo que passa e já passou
Ah pobre coitada!
Vive agora espreitada pelo seu algoz
Cujas vultuosas somas de dinheiro agrega
Dona de um belíssimo corpo e doce voz
O prazer aos seus cliente ela jamais nega
Na orgia da noite ela se entrega
Aos pervertidos cretinos e tarados
Eles nunca lhes dão trégua
Cheiram a reles perfumes baratos
Vive cambaleando totalmente às cegas
Faz amor no chão onde passeiam ratos...
Despida de pudor é Jogada a sarjeta
No fundo no fundo a alguns até se apega
E em seu vislumbre, de prazer ela se deleita
Ela é top, e ao mesmo tempo é brega;
Por dinheiro qualquer coisa aceita...
Até ser chamada de puta e de égua
A noite ela enche a cara na bodega
Exibindo-se aos machos com quem se deita
Mas depois de tudo ela se desapega
Todos já conhecem a sua treta.