Dama da noite...

Ó penada alma! Que triste vagueia pelas ruas

Na noite sombria faz-se embriagada

Grita bem alto, chora, e esperneia nua

Sente-se muito amargurada

O brilho em seus olhos se apagou

Vive a chorar agora acabrunhada

Por tudo que passa e já passou

Ah pobre coitada!

Vive agora espreitada pelo seu algoz

Cujas vultuosas somas de dinheiro agrega

Dona de um belíssimo corpo e doce voz

O prazer aos seus cliente ela jamais nega

Na orgia da noite ela se entrega

Aos pervertidos cretinos e tarados

Eles nunca lhes dão trégua

Cheiram a reles perfumes baratos

Vive cambaleando totalmente às cegas

Faz amor no chão onde passeiam ratos...

Despida de pudor é Jogada a sarjeta

No fundo no fundo a alguns até se apega

E em seu vislumbre, de prazer ela se deleita

Ela é top, e ao mesmo tempo é brega;

Por dinheiro qualquer coisa aceita...

Até ser chamada de puta e de égua

A noite ela enche a cara na bodega

Exibindo-se aos machos com quem se deita

Mas depois de tudo ela se desapega

Todos já conhecem a sua treta.

Ubaldo Jesus
Enviado por Ubaldo Jesus em 22/08/2019
Código do texto: T6726556
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