Fake news é a nova e velha Les fausse nouvelles

Na segunda guerra, e quiçá na primeira, ou nas napoleônicas, os alemães introduziam nas trincheiras francesas, de algum modo, cartas forjadas de adultério. Método de terror psicológico sutil, mas por vezes eficiente.

Um cartaz, com uma mensagem de conteúdo fantasioso, escrita em francês, levantado pelos alemães, do outro lado do rio, no meio da batalha, dizia

Teus aliados ingleses agora são nossos aliados, e já invadiram o norte da França. As mulheres de vocês que se cuidem; melhor que voltem, ou daqui a nove meses terão filhos que se curvam para a Rainha.''

Ao que os franceses, malandros e audazes, responderam, com outro cartaz

Que se fod... Somos todos do sul, boches de merd...

Tenhamos a mesma audácia.

Nota: essa era uma forma de se espalhar fatos enganosos. Havia inúmeros outros, método de terror psicológico no qual os nazistas eram mestres. O nosso mal moderno, fake news, na verdade não é tão moderno, e com certeza não é um filhote do mundo virtual. Essa anedota foi em parte retirada, em parte modificada, de um livro de memórias de guerra de um jornalista americano na França, alguns anos antes de estourar a Segunda Guerra Mundial. O nome do livro é The Strategy of Terror de Edmond Taylor.