DIÁRIO - A SÍNDROME DO PAPAI NOEL

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16 de outubro de 2019-10-16

Síndrome do Papai Noel

Vem chegando novembro, dezembro, vem se aproximando o final de ano e começo a me recordar do Natal e do Papai Noel trazendo seus presentes para as pessoas que lhe pediram.

Pediram. Essa palavra, pedir, anda me dando asco.

Vou tentar explicar isso.

Sinto-me triste, amargurado. E, na verdade, esse sentimento vem de pensamentos recorrentes que me causaram um cansaço, um esgotamento porque a maioria das pessoas, nesse ano, que me procurou, o foi para pedir algo. Parece até ridículo isso, e, por isso mesmo, venho procurando afastar a resolução dessa questiúncula. Porém ela se colocou volumosa em meio peito, como uma grande anilha de uns cinqüenta quilos que anda me fazendo arquear para frente e olhar para o chão desanimado.

Então, sem energias, resolvi buscar por respostas e as encontrei na Bíblia. Procurando me recordar de alguma passagem ou palavra de Jesus ou um grande homem de Deus sobre isso me lembrei de Cristo, o Senhor. Lá, em um dos Evangelhos, em João 6 Jesus vinha fazendo alguns milagres como o da multiplicação de pães e peixes a uma multidão que depois quis fazê-lo rei de Israel. Jesus, então se afastou para o monte, para ficar sozinho, depois chamou seus discípulos, os mandou atravessar um rio, onde ocorreu aquela passagem em que Jesus os aquieta aparecendo-lhes como um fantasma.

Já, do outro lado, alguns dos da multidão o encontraram, perguntando a ele a que horas ele havia chegado. Jesus lhes respondeu que essas pessoas o buscavam porque tinham sido saciados. Não estavam atrás dos milagres que ele chamava de sinais (porque apontavam para Ele como o Salvador que viria à Israel com um reino espiritual), mas atrás de comida e bebida da terra. Ou seja, as pessoas estavam se achegando a Jesus por coisas que passariam, que saciariam tão-somente as necessidades imediatas, de vida terrena, não de questões mais profundas como as de fé e de melhora na alma humana.

Vejam um trecho da passagem: “Perguntaram-lhe, pois: Que havemos de fazer para praticarmos as obras de Deus? Jesus lhes respondeu: A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que ele enviou”. (João 6:28-29)

Ou seja, Jesus diagnosticou o problema das pessoas procurarem as outras e só pedirem, pedirem, pedirem e pedirem...

A falta de fé!

Ele afirma: “Porque o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo”. (João 6:33)

E eles? “Disseram-lhe, pois: Senhor, dá-nos sempre desse pão”.

Ou seja, continuaram pedindo, mas, agora, o pão correto, o pão do céu. Ao que parece tinham, finalmente, entendido que o pedido deve ser por vida espiritual, por forças que não encontramos aqui para trabalhar e conseguir por nossas próprias forças o que precisamos!

E então, dessa passagem, aprendo essa lição: Tudo começa pela fé! Há momentos de afastamento, quando estarei, talvez, muito em evidência. Há momentos em que precisarei dizer que as pessoas pedem o errado, ou seja, o fruto e não a base para o fruto – que é a vida - e que eles mesmas podem conseguir desde que tenham fé em Deus que dá a vida. Preciso verificar isso e aplicar esses conceitos.

Mas, estou cansado. Creio que Jesus também estava. Em outra passagem (Mateus 17:17-18), Ele já dissera: “Ó geração sem fé e perversa! Até quando estarei convosco? Até quando vos terei de suportar? Trazei-me aqui o menino”. E Jesus repreendeu o demônio; este saiu do menino, que daquele momento em diante ficou são”.

Talvez terei que dizer isso, também, para alguns, os mais chegados – pois Jesus disse isso a seus discípulos!

Mas, ainda assim: até quando, meu Deus? Eu pergunto...Até quando?

O fato é que estou cansado e terei de continuar essa obra que fui chamado a realizar enquanto eu estiver por aqui, nessa jornada de Papai Noel!

Talvez por isso o bom velhinho usou a barba branca, talvez, quem sabe, para parecer mais misterioso? Mas, independentemente dessa questão de aparência do famoso conto, dois fatos me vêem à tona quando penso na historieta do Papai Noel: 1) Ele aparece uma vez ao ano; 2) Ele tem ajudantes.

Assim é fácil. Não há comprometimento todo o tempo com as pessoas! (Não que eu não goste do exemplo relatado na história do mito criado, como o do Santo Nicolau, bispo da igreja, ou o dos contos nórdicos ou até mesmo os dos contos contados por Tolkien em suas “Cartas do Papai Noel” escritas aos filhos dele).

Então, fico mais confortado com o exemplo da Bíblia mesmo. Jesus me direciona para o autor da Vida! E dela vêem os presentes que necessitamos de verdade e, com eles, teremos um feliz natal! O outro bom velhinho nos ajuda a nos lembrar de Deus, se prestarmos mais atenção na Bíblia e na grande história de um grande nascimento: o da verdadeira Sabedoria de todas as eras!

Alexandre Scarpa
Enviado por Alexandre Scarpa em 16/10/2019
Código do texto: T6771488
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