DE VOLTA AO PARAÍSO

Caros leitores, peço desculpas a quem estava esperando por um conto ou poesia, mas, hoje não estou aqui para falar de literatura. O que tenho a dizer não é de nenhum modo agradável, no entanto, não posso adiar a palavra.

Na quinta-feira, 7 de novembro de 2019, por 6 votos a 5, o Supremo Tribunal Federal (STF) barrou a prisão de condenados em 2ª instância. Decisão que beneficia, sobretudo, criminosos do colarinho branco condenados por crimes de corrupção, porque pobre não tem dinheiro para recorrer até o chamado trânsito em julgado, quando o próprio STF dá a palavra final sobre a condenação.

Especialistas analisam que essa decisão foi um golpe fatal no coração da Operação Lava-jato, pois quem fará de agora em diante acordo de delação premiada sabendo que poderá recorrer da sentença sem ser preso e com grande possibilidade de que seus crimes prescrevam? Além disso, muitos corruptos que estavam atrás das grades serão soltos.

Perde a Lava-Jato, mas nós, cidadãos de bem, perdemos muito mais, pois o Brasil volta a ser a República da corrupção e da impunidade.

Com direito, os militantes de esquerda podem finalmente gritar seu mantra de Lula livre. Contudo, Lula e outros líderes hão de passar logo, porque a morte não faz concessões. O Brasil terá de sobreviver sem seus pseudomessias. Precisamos de segurança jurídica e de leis rígidas, capazes de demonstrar aos criminosos que o crime não compensa. Todavia, a visão que temos no momento é a de que o crime compensa sim. E vejam, não são somente os crimes associados à corrupção que ficarão impunes.

Se um poderoso empresário ou playboy filhinho de papai sair de uma balada embriagado e atropelar seu filho que voltava da faculdade, saiba que é quase certo que esse assassino irresponsável e covarde ficará impune, pois seus excelentes advogados impetrarão recursos até não poderem mais. E como justiça que tarda é justiça que falha, ocorrerá a prescrição do crime, isentando o assassino de qualquer pena prevista no Código Penal.

Juristas afirmam que tanto os que foram contrários ou favoráveis à prisão após a 2ª instância, possuem argumentos válidos. O que fazer então diante duma situação dessas? O óbvio, para quem pensa no bem da nação, é escolher sempre a opção que oferece mais benefícios, equidade e ordem à sociedade. No entanto, seis ministros do STF não pensam dessa forma e num país que se diz democrático, estabeleceram a ditadura do Supremo.

O recado do Supremo é claro: "No Brasil bandido deve ser tratado com carinho e com perdão de seus crimes".

Eu, Aldrin Marcelo Félix, brasileiro indignado e envergonhado dessa nossa Justiça para Ricos e Poderosos, afirmo que enquanto o Congresso Nacional não criar vergonha e votar uma lei que restabeleça a prisão após a 2ª instância, não votarei em nenhum candidato _ em quaisquer esferas do poder _ pois quem protege bandido, corrupto e é leniente com a corrupção não me representa.

E você, o que fará pelo presente e o futuro do seu país?