O indulgente diminutivo

A experiência mostra que não nos damos nada sem um preço, somos condescendentes, transigimos regras para nos justificarmos, mas a consciência é implacável.

Em sua “infinita sabedoria” o homem criou o diminutivo, como paliativo e forma de aplacar suas próprias transgressões:

-Eu vou tomar apenas uma cervejinha, não pode causar dano algum;

-Eu não vou demorar, vou, apenas, fazer uma visitinha, e volto em seguida;

-Não é possível que a taxa tenha subido, eu comi, apenas, um brigadeirinho;

-Ela é muito sensível, eu fiz, apenas, uma brincadeirinha.

E com um indulgente diminutivo aplacamos todos os equívocos que cometemos no aumentativo, e os deixamos justificados.

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 18/11/2019
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