Hemingway e Vinhos Chineses

PARA MIM um dos maiores escritores de todos os tempos é Hemingway. Ninguém escreveu tao bem, legível, preciso, conciso. Um artesão da palavra. Livros como "O Sol se Levanta", "O Velho e o Mar", "Adeus às Armas", "Por quem os sinos dobram?", Paris é uma festa" e tantos outros demonstram a importância desse magnífico escritor que, nunca entendi, pôs fim a própria vida: suicidou-se.

Ainda moço li quase toda a sua obra, reli na maturidade e de vez em quando releio um dos seus romances. Mas, além de "Paris é uma festa"! não conhecia seus escritos de jornalista. Detalhe: segundo os críticos, foi o jornalismo que forjou o grande escritor. Pois bem, estava pescando num sebo quando avistei um dos dois volumes de reportagens de Hemingway, o segundo volume, publicado pela "Editora Civilização Brasileira". Título: "Tempo de Morrer". Nesse volume ela conta muita coisa da segunda grande guerra, as viagens que fez. A melhor delas é sobre a China. Um trecho dessa narrativa achei arretada:

"Descobriram também quitutes raros, como vinho de cobra e de pássaro. Hemingway descreveu o vinho de cobra como "um vinho especial de arroz com um certo número de pequenas cobras enroladas no fndo da garrafa. As cobras estao mortas, é claro - explicou Hemingway - e encontram-se aí para fins medicinais. O vinho de pássaro é também vinho de arroz mas, no fundo da garrafa, há uma porção d cucos mortos".

Hemingway gostou mais do vinho de cobra. Diz que curaa queda de cabelo e trouxe algumas garrafas para seus amigos necessitados.

Eu nunca tomaria esse tipo de vinho, mesmo se fosse careca. Estou tentando arranjar o primeiro volume. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 30/11/2019
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